fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
O Brasil apresenta oportunidades em todas as indústrias de transição energética e pode fazer parceria com players e investidores internacionais em um mundo passando para uma economia de baixo carbono. Segundo a diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, Luciana Costa, o Brasil pode ser um grande exportador de crédito de carbono. “E não precisamos esperar até 2050”, disse.
Em evento realizado pela consultoria Clean Energy Latin América (CELA) nesta terça-feira, 12 de março, a diretora afirmou que o Brasil é a única grande economia que não precisa de nenhuma nova tecnologia para cumprir acordo de Paris. “A gente pode concluir o acordo de Paris por volta de 2024 e não precisamos esperar para que em 2050 possamos ficar neutro em carbono e com isso vamos ter um excesso de carbono para exportação”, explicou.
Segundo Luciana, o Brasil tem desafios e oportunidades para serem enfrentadas, porém tem vantagens em relação ao resto do mundo. “O nosso país é o 5º maior emissor global, mas pode ser a economia do G20 a alcançar a neutralidade de carbono”, ressaltou.
Ela ainda citou que uma das vantagens importantes desse mercado é a produção de energia renovável que o Brasil tem, além de muito mais barata que a média dos outros países, isso permite ao Brasil dar um salto para reindustrialização verde. “Além disso, outra vantagem é a capacidade da América Latina e Brasil possuírem a questão de geopolítica estável e a capacidade de garantir a segurança alimentar que a gente não vê no resto do mundo e isso é super importante para atrair investimento nesse cenário global de guerra”, disse.
A diretora do BNDES também citou que o Brasil tem a matriz elétrica e energética mais renovável do G20, sendo 88% da matriz elétrica de fontes limpas e 47% da matriz energética. “A média da OCDE é 14% renovável na matriz energética e o mundo tá fazendo aquilo que o Brasil fez há 20 anos atrás”, explicou.
A executiva também afirmou que o BNDES já financiou cerca de 61 mil km de linhas de transmissão, do total de 180 mil km que hoje já existem e para os próximos 10 anos prevê-se a implantação de outros 41 mil km, na ordem de US$ 37 bilhões.
Além da transição energética, há muito a ser feito em infraestrutura no Brasil. Segundo Luciana, no ano passado, o banco desembolsou quase 30% em aprovação de crédito no segmento de infraestrutura e energia. “No BNDES como um todo foram mais de US$ 70 bilhões”, disse. Ela também declarou que o banco pretende dobrar o financiamento nesse setor que está dentro do pacote de US$ 200 bilhões.
Etanol
O Brasil hoje é o segundo maior produtor mundial de etanol e o quarto maior em biodiesel. De acordo com a diretora do BNDES, eles têm mapeados mais de US$ 10 bilhões em investimentos em biorrefinarias e plantas de etanol de segunda geração.
Ela ainda destacou que o Brasil não tem a pressão para eletrificar a frota que o resto todo mundo tem, porque segundo a diretora, um carro movido a bioetanol no Brasil já emite menos que um carro a 100% a bateria na Europa.