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Calor renovável, armazenamento em diferentes escalas, biocombustíveis, eficiência energética, minerais críticos e a mobilidade elétrica foram as principais tecnologias emergentes que devem começar a aparecer de forma mais ativa no planejamento do setor elétrico brasileiro. A avaliação de diferentes diretores da PSR aconteceu ao final do primeiro painel da manhã do Workshop PSR, nessa terça-feira, 12 de março.
O primeiro foi classificado como uma grande oportunidade de eletrificação para a indústria do calor, já que é preciso muita energia para obtenção dos processos a vapor, demonstrando enorme potencial para as caldeiras elétricas. Por sua vez, o armazenamento em larga escala é citado para gerenciar a variabilidade das fontes intermitentes e incorporando da forma mais assertiva possível essa intermitência a partir dos fatores que envolvem as mudanças climáticas.
Um dos destaques que vem sendo ventilado nos debates do setor são as hidrelétricas reversíveis, até por conta das diversas restrições operativas e de diferentes ordens que afetam atualmente as UHEs tradicionais. “A primeira usina reversível deve começar a operar em dez anos para os grandes blocos (transmissão), com a bateria devendo ter seu espaço junto aos consumidores para reduzir geradores a diesel”, pontua o diretor executivo da PSR, Rafael Kelman. Ele destaca que a China está construindo 63 GW da tecnologia e ainda trabalha com um pipeline superior a 100 GW para o horizonte.
Na mobilidade elétrica, o executivo salienta a atual viabilidade dos ônibus elétricos, avançando bastante na capital paulista e esbarrando ainda em questões industriais que ainda impedem outras regiões que já poderiam estar rodando nesse modal ao invés de utilizar diesel. Já sobre os veículos elétricos leves o entendimento é de que mercado que irá definir esse segmento, não necessitando de ação governamental. “Acho o etanol fantástico e deve crescer, com menos desafios logísticos em relação ao hidrogênio, por exemplo”, cita Kelman.
Em suas ponderações, a Head em Descarbonização, Luana Gaspar, ressaltou que os derivados das diferentes biomassas podem atuar na diminuição da pegada de carbono dos setores marítimo e de aviação via etanol, assim como produção de plástico e outros produtos. “Não temos um lado entre o etanol ou elétricos, tem espaços para os dois, inclusive um híbrido flex que poderiam usar as duas partes”, complementa, citando que a multinacional finlandesa Wartsila está desenvolvendo motor a etanol para navios.
Por fim, um consenso entre os especialistas é que existem enormes potenciais para redução de perdas e economia no país através de medidas e investimentos em eficiência energética, um case clássico mas ainda não totalmente explorado, além da necessidade de planejar bem a malha de transmissão como forma de assegurar uma melhor inserção e acomodação das fontes renováveis variáveis, assim como a questão envolvendo os minerais críticos para a chamada transformação energética, como lítio e cobre.