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A transição energética segue no foco das grandes empresas e entidades do setor elétrico brasileiro. Com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) não é diferente. O Brasil é modelo em geração renovável e essa característica do país precisa continuar. Durante o Agenda Setorial 2024, que acontece nesta quarta-feira, 13 de março, foi discutido que o papel da geração de energia elétrica já foi cumprido e agora os holofotes voltam-se a encontrar saídas que ajudem outros setores a melhorarem suas emissões de carbono, e assim promover o avanço da transição energética por aqui. Contudo, para que a empresa mantenha os estudos, o orçamento, que foi reduzido novamente este ano, precisa de recomposição.

Ao iniciar sua fala durante o painel “A Agenda Regulatória e do Mercado”, Thiago Prado, presidente da EPE, mencionou a carta enviada ao ministro Alexandre Silveira, sobre as questões orçamentárias da EPE. Na Carta, Mário Menel, Presidente do FASE, destaca a importância do trabalho da EPE ser essencial para o desenvolvimento sustentável e eficaz do setor energético brasileiro, e o fato que o orçamento da EPE para o ano de 2024 foi objeto de significativo corte, o que levará a Empresa a enfrentar um déficit em seu orçamento, necessário para executar as atividades planejadas que são essenciais ao desenvolvimento nacional.

De acordo com Prado, as prioridades da entidade para o setor elétrico são: avançar em recursos de P&D; buscar parceiros estratégicos para ampliar as pesquisas e projetos; criar novas ferramentas para promover a expansão, como adaptação e mudanças climáticas, que muitas vezes esbarra em modelos de tentativas humanas de reproduzir eventos físicos, no entanto, os eventos climáticos vem sofrendo alterações constantes e tudo que é extraordinário, não é possível reproduzir.

Em 2024 a EPE está retomando os estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), juntamente com o MME, além dos estudos de transmissão, principalmente o bipolo, que é um projeto mais complexo, focado em trazer novas tecnologias. A EPE pretende explorar os temas que tem vivenciado, como crise hídrica, vazões extremas no Amazonas, Gás Natural em Manaus, entre outros.

A nova versão do PDE, que será atualizada depois de não ter sido feita no ano passado,  contará ainda com uma abordagem sobre hidrogênio e um capítulo específico de transição energética, onde a EPE tem feito alinhamentos com o MME, para que esteja tudo em concordância com as políticas que estão em discussão no Congresso e no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “A ideia é utilizar o banco de dados que a EPE tem de projetos de hidrogênio e fazer alguns exercícios com a relação a capacidade da infraestrutura de geração, transmissão e quanto isso significa de custos”, destacou Prado.

A EPE também lançou recentemente o portal de acompanhamento de Sistemas Isolados. A plataforma visa dar transparência de dados e suporte para implementação do Programa Energias da Amazônia, do MME. O objetivo é centralizar a divulgação dos dados de planejamento dos Sistemas Isolados, unificando as informações entre os órgãos e trazendo maior transparência para o setor e à sociedade. As próximas fases do projeto, já em desenvolvimento, envolverão a Aneel, a CCEE e o ONS com entregas previstas ainda no ano de 2024.