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A perspectiva de preços deixando o piso do PLD no segundo semestre do ano tem mostrado seus reflexos no movimento do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia. A plataforma reportou recorde de negócios em um dia no mês de fevereiro. No primeiro bimestre, o volume alcançou cerca de 40% do volume registrado em todo o ano de 2023 e a previsão é de que a média mensal de 2024 seja a maior já registrada pela empresa.

O CEO da BBCE, Alexandre Thorpe, atribui essa agitação justamente ao fato de que as empresas precisam refazer suas estratégias e reposicionarem-se ante a nova realidade que veio à tona com o período úmido bem mais fraco do que o normal no país.

“Tivemos no acumulado de janeiro e fevereiro negócios que somaram R$ 16 bilhões em 14 mil contratos e 129 mil GWh de energia transacionados”, relatou ele em entrevista à Agência CanalEnergia. “No final do ano passado já víamos um movimento mais acelerado. Mas entendo que esse é um movimento natural, pois vínhamos de um ano de calmaria de 2023 e que não gerou muitas movimentações. Agora com a incerteza do clima é natural que todo mundo quer buscar uma revisão das estratégias”, disse.

As operações na plataforma somaram 63.747 GWh em fevereiro, alta de 234% na comparação ao mesmo período de 2023. Também foi registrado o recorde diário com 7.513 GWh transacionados no dia 6 do mês, uma terça-feira. Do total operado em tela em fevereiro, 95,4% foram ativos trimestrais, semestrais ou anuais. Além disso, na média de todos os negócios, 31,7% têm prazo superior a um ano, apontando uma tendência de redução de alongamento observado em 2023.

Um mês antes o volume transacionado chegou a 66 mil GWh negociadas, alta de 111% em comparação com dezembro e 113% em relação a janeiro de 2023. Do total, 89,9% das operações foram com vencimento superior a um mês, o que difere dos 78,8% registrados ao longo de 2023.

Atualmente são mais de 200 empresas participante da plataforma, dentre elas, comercializadoras, distribuidoras, geradoras, grandes consumidores e instituições financeiras. Ao todo, mais de 2 mil traders utilizam os sistemas da infraestrutura.

Por conta desse ambiente atual em que as perspectivas apontam para o descolamento dos preços, a previsão é de que o trade de energia deverá ser mais movimentado este ano. Thorpe, que assumiu o cargo em outubro do ano passado depois de uma carreira no mercado financeiro, avalia que o segmento deverá encontrar mais oportunidades por conta do aumento da volatilidade.

“Temos nossa análise de mercado e indica que será um ano de volatilidade, não falamos de um comportamento linear como tivemos em janeiro e fevereiro, mas sem dúvida teremos mais volatilidade”, avaliou o executivo. A BBCE vê o aumento de operações para hedge, as operações estão centradas em 2024 e muito em 2025, ainda mais que o sentimento de incerteza quanto à hidrologia do próximo período úmido ganhou força diante do que se viu este ano.

Esses aumento de movimento foi notado pela empresa no último bimestre do ano passado. Esse comportamento disparou nos dois primeiros meses de 2024 e com a previsão é de que comparado a 2023, a média mensal seja mais elevada, a mais alta que a BBCE deverá registrar em seus 12 anos de história, recém completados, em 1o de março.

Já os derivativos completaram três anos desde seu lançamento. A BBCE Plataforma Derivativos registrou no primeiro mês de 2024 o recorde de estoque ativo de R$ 1,4 bilhão em registros de contratos a termo de energia. Contudo, esse produto, avalia Thorpe, deverá aumentar mais no futuro com o amadurecimento do mercado. E esse avanço deverá chegar quando se fala mais em volatilidade do mercado. Porém, avalia que o instrumento já é importante para o setor para o desenvolvimento do mercado de energia. “É um instrumento que não tem mais retorno, há questões ainda a serem vistas e ajustadas em relação a tributação e crédito, mas é normal isso vindo de um mercado em evolução como é o de energia”, afirmou.

Já para uma futura bolsa, Thorpe diz que o estabelecimento de uma contraparte central ainda não está próxima; é necessária a regulação. O tema está no framework da BBCE, mas o processo ainda nem começou no que se refere a conversas com o Banco Central que é o responsável pelo estabelecimento das regras. Para ele, é necessário que o mercado amadureça ainda mais, pois não adianta apenas um pequeno número de consumidores participarem é um negócio que seja bom para todos.

Apesar disso, a clearing house é uma questão de futuro que chegará ao país sim. Até porque com a abertura do mercado livre há um amplo espaço para trabalhar no país.