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A Agência Nacional de Energia Elétrica definiu em reunião da diretoria nesta terça-feira, 19 de março, em 3,45% o efeito médio do reajuste dos consumidores da Enel Rio. Para os consumidores da alta tensão, o impacto será de 4,97%, enquanto na baixa tensão, fica em 3%. O reajuste entra em vigo a partir do dia 15 de março de 2024. A distribuidora tem 2,7 milhões de unidades consumidoras no estado do Rio de Janeiro.
O reajuste da concessionária fluminense deveria ter sido definido na última semana, mas houve um empate de dois votos na votação, já que o diretor Fernando Mosna estava ausente em viagem de trabalho. Com isso, a votação foi suspensa até que o diretor voltasse. O impasse veio na proposta do relator Ricardo Tili de reavaliação da trajetória de perdas não técnicas definida na revisão periódica da distribuidora de 2023. Ele defendeu tratamento semelhante ao da Light, por considerar que as duas concessionárias do estado tem as mesmas complexidades. O reajuste aprovado deixará a tarifa residencial da Enel Rio em R$ 912,87/MWh, uma das mais altos do país.
A área técnica da agência considerou a concessão da Light mais complexa, lembrando que as perdas com furto são historicamente maiores na área da distribuidora que atende a região da capital fluminense.
Na ocasião, o diretor Helvio Guerra acompanhou o voto do relator, mas a diretora Agnes da Costa abriu divergência, sendo acompanhada por Sandoval Feitosa. Na retomada da reunião nesta terça, Guerra decidiu alterar o voto. De acordo com ele, o empate o fez refletir e reavaliar o processo com a sua assessoria e a área técnica da agência.
O diretor questionou no voto em separado a comparação entre as áreas das duas distribuidoras, pedindo um parâmetro objetivo para que tal comparação pudesse ser aceita. Apesar dos números próximos de perdas em áreas de risco – na Enel Rio é 45% e na Light é de 52% – a metodologia aplicada pela agência para as concessionárias trazia diferenças nos índices que evidenciavam que a Light tinha uma situação pior no assunto. “A Light tem de fato uma área de concessão mais desafiadora”, explica.
Mosna, que não havia votado, votou com Tili, mas como três diretores votaram contra a proposta do relator, a maioria refutou o mesmo tratamento nas perdas.