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A Luz em Conta iniciou no começo do ano as operações de seu marketplace para conectar consumidores residenciais e comerciais a pequenos produtores de energia renovável em suas regiões. O negócio é uma spin-off do grupo Cogecom, cooperativa paranaense com 405 MW em geração compartilhada, e foca na modalidade buscando se diferenciar de outras empresas no mercado de assinatura que operam com o modelo de produção no atacado e entrega no varejo.
A plataforma conta com aproximadamente 600 unidades geradoras operacionais e 400 no meio do caminho, esperando atingir as mil contrapartes até o fim do ano. A maioria é composta por usinas solares de até 75 kW por meio de contratos de longo prazo e com garantias, mediante o histórico do seu controlador. A área de atuação por enquanto é no Sul do país, além de interior de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, com planos de expansão em breve para Mato Grosso e Goiás.
Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor de Marca da Luz Em Conta, Roberto Rogoski, disse que a ambição da startup é comercializar 10 MWh ao mês para 50 mil consumidores até o fim do ano, usando também a base de clientes da Cogecom para atingir um faturamento de R$ 8 milhões mensais. E que o produto chega para ocupar um espaço que as cooperativas sempre enxergaram, mas que por uma série de motivos não conseguiram ocupar.
“Essas empresas nasceram para atender os maiores e pela rentabilidade, além dos pequenos darem um pouco mais de trabalho por ser um atendimento mais individualizado”, refere, ressaltando o conceito de energia direto do produtor vindo tanto na venda como na compra. O principal objetivo é permitir que os clientes reduzam o custo de sua energia sem a necessidade de investir em placas solares, ao mesmo tempo em que mantém uma relação compatível com o que encontravam nas concessionárias.
Startup nasce com estrutura consolidada e sistema robusto de tecnologia e faturamento da Cogecom (Luz em Conta)
Diferenciais
Outro ponto é atuar como um facilitador para os negócios de GD, permitindo adesão 100% digital e pagamento unificado no cartão de crédito, sem as duas faturas como acontece na maior parte das empresas desse mercado. Entre mais diferenciais colocados pelo executivo está a entrega da energia garantida a partir do segundo mês, antes de 59 dias, além do pagamento no cartão com cashback ou milhas e descontos em postos e outros estabelecimentos.
“Ninguém está oferecendo débito em conta, com controle transparente e comprando energia dos pequenos produtores, juntando mil consumidores e conectando a uma usina”, atenta Rogoski. Ele também pondera que os pequenos produtores de GD estavam começando a se sentir de certa forma ameaçados no mercado pela mudança da lei e cenário de sobreoferta de energia, vendo uma falta de demanda.
De acordo com o diretor, a Luz em Conta tenta nesse seu começo manter o negócio o mais simples possível, com um plano de adesão gratuito e sem fidelidade oferecendo desconto a partir de toda energia compensada. A ideia é atingir clientes com faturas mensais a partir de R$ 100, que representa mais de 70% das contas de luz no país. “O desconto fica entre 7% e 10% sobre todo compensado, mais agressivo que os concorrentes e oferecendo algumas vantagens no próprio imposto da fatura, chegando a 10% a 15%”, indica.
Outro aspecto que na visão do executivo confere o caráter de inovação e ruptura com o mercado tradicional é buscar dentro do universo da GD compartilhada um tipo de experiência do consumidor fluida, a ponto de a pessoa entrar no computador, fazer a adesão e receber uma fatura que será cobrado no cartão de crédito de forma recorrente.
“Estamos chegando num momento de virada, quanto mais o mercado fica livre mais o poder está no consumidor, e as empresas devem sair na dianteira desse processo com melhor experiência”, acrescenta. Segundo Roberto Rogoski, existem algumas companhias trabalhando com a promessa da entrega de energia por assinatura, citando a Órigo, Ultragaz, Lemon, além da CPFL numa parceria com outra empresa, mas os “nomes” ainda não se consolidaram.