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Durante teleconferência de resultados nesta sexta-feira, 22 de março, o CEO da Cemig, Reynaldo Passanezi, revelou que o bom desempenho financeiro da companhia mineira em 2023 – lucro líquido, investimentos e Ebitda recordes – foi potencializado pelos desinvestimentos em ativos considerados complexos, fora do ‘core’ da empresa e não estratégicos, como Light, Renova e a UHE Santo Antônio. “Light, Renova e Santo Antônio Energia tiveram necessidade de aumento de capital. Significa que caso a Cemig tivesse as participações e quisesse manter, teria que fazer esses aportes”, explica. Ainda segundo ele, estar dentro das metas regulatórias e foco na eficiência também determinaram o bom resultado.
De acordo com o executivo, ainda há desinvestimentos em vista, como Aliança Energia, Taesa e a UHE Belo Monte. Porém, esses processos foram considerados por Passanezi como mais lentos de execução.
Os desinvestimentos na UHE Santo Antônio (R$ 55 milhões), UHE Baguari (421 milhões), UHE Retiro Baixo (218 milhões) e em 15 PCHs/ CGHs (R$ 101 milhões) somaram R$ 795 milhões. As vendas trouxeram R$ 2,9 bilhões ao caixa desde 2019, o preservou e evitou um aporte de R$ 4,9 bilhões nas participações, além de R$ 1 bilhão em créditos fiscais. Segundo o CFO Leonardo Magalhães, caso os aportes fossem feitos, a dívida líquida poderia aumentar em cerca de R$ 8 bilhões. A decisão também permitiu que investimentos fossem direcionados em negócios com mais familiaridade.
Em 2024, estão previstos R$ 6,2 bilhões de investimentos da Cemig, em que a distribuição puxa a fila, com R$ 4,4 bilhões. A geração vem em seguida, com R$ 573 milhões e a geração distribuída logo atrás, com estimativa de investimentos de R$ 506 milhões.
A renovação das concessões das UHEs Sá Carvalho (78 MW), Nova Ponte (510 MW) e Emborcação (1.192 MW) está nos planos da Cemig, que já manifestou a intenção. A concessão de Sá Carvalho vence em 2026 e a de Emborcação e Nova Ponte vencem em 2027.
O vice-presidente da distribuição, Marney Antunes, reconheceu que no último trimestre do ano passado houve um aumento do DEC da Cemig-D, causado, segundo ele, por conta dos eventos climáticos extremos no Sudeste. Em 2022, foram 800 mil raios em Minas Gerais e em 2023, foram mais de 2 milhões. Mas ele ponderou que em fevereiro e março o índice de qualidade já está retornado ao patamar regulatório.
O presidente da Cemig não vê impeditivos para a participação da Cemig SIM no mercado de GD. Segundo ele, há uma ‘chinese wall’ que lhe confere independência para atuar mesmo fazendo parte de um grupo que também está na distribuição. “Não há absolutamente nenhuma relação entre uma área e outra. as atividades são independentes, separadas e com todas as regras de proteção”, explica.
Sobre a possível federalização da estatal, o executivo alegou não ter uma resposta e que se aguarda uma resposta do ministério da Fazenda frente a proposta apresentada. Comenta-se que a ideia do governo de Minas Gerais é que a estatal seja federalizada em prol do abatimento da dívida do estado com a União.