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O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico vem usando um mantra há meses. Ele diz que sem transmissão não há transição. Essa semana, a Moody’s Investor Services publicou um relatório sobre o segmento olhando para a questão da descarbonização na América Latina como um todo.

Segundo a empresa, o segmento desempenhará um papel importante no esforço de descarbonização da região nos próximos anos. Apesar desse papel, avalia que o crescimento do sistema de transmissão está atrasado e que para integrar mais usinas renováveis à matriz energética da região e descarbonizar ainda mais as cadeias de fornecimento de energia, os investidores e os governos terão que canalizar investimentos significativamente maiores nos próximos anos.

Isso se deve ao fato de que os ativos de geração remotos possam ser conectados aos centros de carga. O Brasil é um exemplo disso, pois a geração predominantemente eólica e solar está bastante concentrada em localidades mais afastadas. “Iniciativas de planejamento governamental e arcabouços institucionais estáveis serão cruciais para destravar investimentos para expandir as redes de transmissão nos próximos anos”.

A Moody’s lembra que a América Latina já é uma das regiões menos intensivas em carbono do mundo para geração de energia. Agora está a caminho de se tornar ainda mais limpa. “A geração de eletricidade na região emite cerca de 200 gramas de dióxido de carbono (CO2) por quilowatt-hora — uma fração da quantidade gerada em mercados emergentes maiores ou nas economias avançadas, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA)”.

O relatório sinaliza que o Brasil e a Colômbia já dependem amplamente dos recursos hidrelétricos para gerar energia e, entre outros países latino-americanos, direcionam cada vez mais investimentos para outras fontes renováveis, particularmente eólicas e solares.

Mas o problema é que o desenvolvimento de linhas de transmissão associadas não manteve o mesmo ritmo da expansão da energia renovável em toda a região. Afirma que os países terão que iniciar seus desenvolvimentos de transmissão mais cedo para manter a expansão da capacidade de carga, pelo menos em conjunto com a geração de energia.

“Os processos complexos de planejamento e aprovação, as condições econômicas em evolução e os desafios sociais contribuem para prazos de execução que muitas vezes superam cinco anos em projetos de transmissão, em comparação com cerca de três anos dos projetos eólicos ou solares”, pontua.

Além disso, cita condições macroeconômicas em mutação como aumento das taxas de juros, inflação e volatilidade cambial, o que estreitou as margens de rentabilidade dos projetos e ampliou as estruturas de capital das operadoras para acomodar mais dívidas com a mesma taxa de retorno.

Para buscar alternativas de mais curto prazo com caráter paliativo a Moody’s destaca que alguns países avaliam otimizar e fortalecer a rede elétrica existente até que possam fazer mudanças estruturais mais permanentes. Entre essas opções estão as baterias para armazenamento de energia, dispositivos flexíveis de sistema de transmissão de corrente alternada e o uso das linhas de classificação de linha dinâmica (Dynamic Line Rating, [DLR]), em vez de linhas estáticas. “No entanto o progresso dessas iniciativas tem sido lento, o que resulta em cortes mais frequentes e problemas de conexão”, alerta.

Do lado da expansão ressalta que os leilões planejados da América Latina em 2024 para o desenvolvimento de novos projetos de transmissão trarão mais de US$ 7 bilhões em novos investimentos potenciais. Esse volume representa um valor semelhante aos recursos do leilão realizado em 2023. O Brasil seguirá à frente nessa expansão em 2024 e no longo prazo. O planejamento dos governos centrais em países importantes da região totaliza US$ 64 bilhões em novas linhas de transmissão durante 2024-2035.