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O setor portuário brasileiro já se movimenta para a chegada da fonte eólica offshore no Brasil. No Porto do Açu, no norte do Rio de Janeiro, a preparação já está em curso. Eduardo Kantz, diretor de ESG da Prumo Logística, conta que já atender a indústria de óleo e gás será um diferencial importante, uma vez que o aspecto da logística terá um peso fundamental para a nova fonte, assim como é para o O&G. “Quanto mais eficiente o custo logístico for, menor custo final o projeto terá”, explica Kantz, que participou de painel no Brazil Wind Offshore Summit, no Rio de Janeiro, na última terça-feira, 26 de março.
Ainda de acordo com o executivo adaptações para as eólicas offshore serão necessárias, mas já há um ponto de partida no Açu que deixa o porto fluminense em um estágio a frente de outros locais no mundo que tiveram que partir do zero.
Para ele, o maior desafio é que a disputa que envolve a nova fonte não fica apenas no âmbito local, sendo internacional. A busca por embarcações é feita por países e não por portos. “Nossa preocupação é que a demora em dar um sinal claro continue e alocar as embarcações para outros lugares do mundo”, adverte.
O Porto do Açu tem buscado conhecer as experiências internacionais na seara das eólias do mar. Controlado pelos fundos internacionais EIG e Mubadala, há parcerias através de joint ventures como a com o porto da Antuérpia, na Béligica. “Essa experiência nos ajuda a trazer essa perspectiva de como essa indústria está sendo desenvolvida em diferentes regiões do mundo e também na capacidade de atrair parceiros que podem acelerar essa agenda”, comenta.
Pelo lado dos geradores de offshore, Ricardo de Luca, country director da Corio no Brasil, vê o setor portuário brasileiro ativo no aguardo da fonte no país. Segundo ele, a percepção é que o setor quer entender as demandas e estão abertos a conversar e receber informações. “Essa troca ajuda neste momento para entender um pouco melhor o ambiente e as necessidades que o porto vai ter para atender os projetos”, observa.
O executivo também acredita que ter uma indústria de óleo e gás madura como é brasileira contará pontos para os desenvolvimento da fonte. A movimentação de embarcações é similar. “Não muda muito para o que nós vamos demandar, os procedimentos já estão enraizados, os portos estão maduros para absorve isso rapidamente.
Ter um porto capacitado próximo ao parque eólico offshore é um diferencial competitivo. Há um impacto nos custos, uma vez que os barcos cobram por hora. “Como são muitos equipamentos e pessoas nos primeiros anos da obra, quanto mais perto melhor”.
A Corio encomendou um estudo detalhado sobre os portos do Brasil para saber quais estavam em melhores condições. Segundo de Luca, há uma variedade de infraestrutura portuária grande no Brasil apta a atende o setor.
Durante o evento, a Corio e a Prumo assinaram Memorando de Entendimento para explorar o uso do Porto do Açu para a implantação dos futuros projetos eólicos da Corio – que devem estar entre a primeira onda de parques eólicos offshore construídos no Brasil.
A Corio tem como objetivo desenvolver cinco parques eólicos offshore brasileiros, totalizando até 6 GW, como parte de seu crescente portfólio global de projetos de mais de 30 GW nas Américas, Ásia-Pacífico e Europa. Os locais para os parques eólicos de fundo fixo propostos, cada um com cerca de 1,2 GW, foram registrados nas áreas marítimas do nordeste, sudeste e sul do país.
A expectativa é que o Porto do Açu desempenhe um papel importante no apoio ao setor eólico offshore do Brasil devido à sua localização e proximidade com os locais propostos para os parques eólicos. O MOU fará com que as duas empresas explorem o uso do Porto como uma base estratégica para a implantação eólica offshore da Corio, envolvendo a reserva potencial de uma área dedicada para a futura instalação, operação e manutenção de parques eólicos.
De acordo com Jonathan Cole, CEO da Corio, para apoiar a implantação de parques eólicos offshore no Brasil, é fundamental que se tenha uma infraestrutura portuária de primeira classe para a instalação, operação e manutenção de parques eólicos.
Segundo Rogério Zampronha, CEO da Prumo, aproximadamente 35% do custo de um projeto eólico depende de fatores logísticos. Com isso, a infraestrutura existente no porto do Açu o torna incomparável para a instalação dos parques da Corio.