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Um estudo prospectivo feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico que foi apresentado na última reunião do CMSE aponta que a redução da defluência na UHE Porto Primavera resultaria em um ganho no nível de armazenamento no SE/CO em 7 pontos percentuais até o final de agosto. O cálculo considerou a redução de 4.600 m³ por segundo para 3.900 m³ no período que envolve a segunda quinzena de março até agosto. Ainda esse estudo mostra que considerando a bacia do Paraná o ganho seria de 11 p.p.
Acontece que a redução da defluência ainda não está ocorrendo porque a entidade está aguardando autorização para que possa retirar os peixes que ficarem eventualmente presos em piscinas naturais por conta dessa medida. A vazão menor para a usina no rio Paraná, a última da cascata antes de Itaipu, está dada mas que por enquanto não pode ser aplicada.
Os dois cenários estudados apontam que o inferior sinaliza para uma perda de armazenamento nos próximos. Esse comportamento se acentua a partir de maio atingindo a Curva Referencial do SE/CO. Com isso, indica que há possibilidade de despacho térmico adicional ao montante de inflexibilidade para atendimento energético a partir de abril.
Os cenários considerados apontam para afluências do SIN entre 57% como o inferior e 84% da MLT como o superior. Esta última, se confirmada seria a 16ª menor do histórico de 94 anos para o período de março a agosto de 2024. O cenário inferior significaria a pior média para o horizonte estudado, influenciado pelo SE/CO.
O ONS indicou no primeiro dia da reunião do Programa Mensal de Operação para abril que as condições hidrológicas sinalizam que o SIN teve o 5º pior mês de março do histórico com 72% da MLT. Esse volume deve-se ao 6º pior março do SE/CO, 23º pior no NE, 10o menor do Norte, compensados pelo 16o maior do Sul.
Olhando para o período de dezembro de 2022 a março de 2024, o ONS reportou déficit de 24% de precipitação acumulada no rio Tocantins. Esse índice no Paranaíba foi de déficit de 23%. No São Francisco está negativo em 8% e no Grande em 10%. No sentido contrário estão os volumes no rio Uruguai com 23% a mais e o Iguaçu com 14% a mais.
Apesar da situação, apontou o diretor de Operações do ONS, Christiano Vieira da Silva, a energia armazenada no SIN está em um nível confortável, com 70%, a 11ª maior do histórico. A ENA do período com dados até 26 de março indica 72% da MLT, como citado, a 5a menor.