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A perspectiva de média de preço das fontes incentivadas no longo prazo é de R$ 232,06/ MWh, de acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura, que divulgou o Outlook 2024 nesta quarta-feira, 3 de abril. O valor teve um recuo de 5% na comparação com o Outlook de 2023, que sinalizava um preço de R$ 244,03/ MWh. Para a fonte convencional, o preço no longo prazo deve ficar em R$ 194,06/ MWh, valor 6% abaixo dos 206,43/ MWh esperados do ano passado.
Já a previsão de PLD traz um preço base de R$ 92,2/ MWh esse ano. No longo prazo, há uma projeção de aumento no cenário base, com o preço indo a R$ 130,9 / MWh ano que vem e chegando R$ 201,35/ MWh em 2032. As ondas de calor tem pressionado o despacho térmico horário e as chuvas vieram abaixo da média histórica nos últimos dois. A expectativa do CBIE é que os níveis do reservatórios fiquem em 43% no mês de novembro. De acordo com Bruno Pascon, sócio fundador e diretor do CBIE, um ano sem chuvas satisfatórias já traz descolamento ao PLD. “Aquele cenário de preço de energia no mercado livre perto do piso do PLD já não é uma realidade”, afirma.
Mas se no ano passado havia um viés de alta no preço das renováveis por conta de gargalos com os fabricantes de equipamentos eólicos e demanda por minerais críticos, esse ano o retrato muda. Segundo Pascon, os valores dos minerais como lítio e cobre se acomodaram e no setor solar houve uma queda de 40% nos custos de equipamentos com viés de queda esse ano. “Não tem uma pressão de preço, principalmente na indústria solar, que justificaria preços mais altos de energia”, salienta.
Mas Pascon alerta que o custo do frete está subindo por conta de ataques às embarcações, como no Mar Vermelho. Com isso, rotas alternativas mais longas e mais caras estão sendo adotadas para o transporte de painéis solares. Outro ponto que o diretor do CBIE destaca é o subsídio, que tem sido retirado em vários países do hemisfério Norte, culminando com alta nos preços e cancelamento de projetos caros, como usinas eólicas offshore. “Estão revendo os subsídios para as renováveis de custo mais alto e isso na prática reduz a quantidade de projetos que se tornam viáveis”, observa.
Ele lembra que no Brasil isso está em discussão no momento, com o governo preocupado em brecar a influência dos incentivos no valor final da tarifa. “Essa preocupação com o subsídio vai pautar a discussão do governo ao longo desses anos, como já acompanhamos em três MPs que o ministro protocolou para serem aprovadas no curto prazo”, aponta.