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A Diamante Geração deve inscrever no próximo leilão de capacidade dois projetos de termelétricos a gás natural de 450 MW cada. Localizados no estado de Santa Catarina, a empresa ainda estuda como será o fornecimento do insumo, se virá do gasoduto Brasil-Bolívia ou do terminal da New Fortress. De acordo com o CEO, Pedro Litsek, os projetos estão sendo desenvolvidos por uma joint venture com a catari Nebras Power. “Tudo isso está dentro de um caldeirão que estamos estudando para ter o melhor projeto possível no leilão”, explica o executivo, que participou nesta segunda-feira, 8 de abril, do Nuclear Summit, realizado pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, no Rio de Janeiro (RJ).
A geradora, que pertence ao Fundo de Investimento Fram Capital, é dona do complexo termelétrico Jorge Lacerda (SC – 853 MW), movido a carvão mineral. Um dos projetos para o leilão de capacidade ficaria localizado dentro desse complexo e já teria autorização. A Diamante estuda uma melhor transição energética para o complexo, que é movido a combustível fóssil e tem licença para operar até 2040.
Durante o evento, a Diamante assinou com a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa memorando de entendimento para estudos de avaliação da viabilidade da implantação de Pequenos Reatores Modulares (SMRs) em lugar da geração a carvão. Segundo o CEO da empresa, uma lei de 2022 prevê que de 2025 até 2040 haverá um programa de transição energética da atividade carbonífera que ao seu fim descontinuará a geração de dessa fonte e mire a empregabilidade dos envolvidos com Jorge Lacerda, que hoje orbita em 20 mil pessoas.
Dentro desse panorama, Litsek conta que a Diamante tem buscado alternativas para promover novos destinos e formas de trabalho para o contingente, como os leilões de potência. O terreno da planta suporta outros destinos e o SMR pode ser uma das opções. “Esse memorando tem por objeto estudar se de fato aquele terreno é adequado para esse tipo de atividade [nuclear], ter isso como opção”, avisa. Os estudos devem ser concluídos no segundo semestre.
O SMR não seria implantado no curto nem no médio prazo. A escolha inusitada da tecnologia no convênio com a Amazul – que não pode ser operada por agentes privados no Brasil – para o estudo pode ser impulsionada por conta de uma interpretação já manifestada por Raul Lycurgo, presidente da Eletronuclear, que a geração de energia não estaria citada na lei que trata do monopólio da atividade nuclear.
Outro motivador foi que, assim como o carvão, o combustível nuclear é produzido no Brasil. Isso daria uma segurança no abastecimento em momentos de crise, como na guerra da Ucrânia e também não traz variações na sua cotação. Ainda de acordo com o executivo, outros países estão fazendo movimentos nessa linha para essa transição de carvão para SMR.