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O eclipse total do sol, que aconteceu na última segunda-feira, 8 de abril, promoveu um espetáculo no céu, mas teve impacto no setor elétrico. O Electric Reliability Council of Texas (ERCOT), operador do sistema elétrico do Texas, registrou uma queda na geração de energia solar. O fenômeno fez a produção cair de 13,6 GW, por volta do meio-dia, para 800 MW uma hora e meia depois.

Na região central do país, controlada pelo Midcontinent Independent System Operator (MISO), a geração caiu de cerca de 4 GW para 300 MW durante a ocorrência do fenômeno. Consequentemente, houve um pico no preço da energia.

Na região do ERCOT, um dos principais mercados dos Estados Unidos, o preço da energia saltou de pouco mais de US$ 20,00 para quase US$ 870,00 por MWh durante o eclipse, essa foi a maior variação de preços da história. Em dias ensolarados, essa fonte renovável chega a atender quase 30% da demanda texana.

Já no MISO, em que a participação da energia solar é menor, o aumento foi de cerca de US$ 20,00 para aproximadamente US$ 120,00 por MWh.

Caetano Mancini, meteorologista da Tempo OK especialista no setor de energia, destacou que o fenômeno foi previsto, estudado e estava sendo acompanhado de perto pelos operadores. Ainda assim, registrou impactos importantes, que trazem aprendizado para todos os países que buscam a transição energética.

Para compensar a queda na geração solar, o sistema elétrico norte-americano contou com outras fontes. As termelétricas a gás natural e carvão cumpriram parte deste papel, mas as renováveis tiveram participação importante, como a eólica que, no Texas, chegou a gerar quase 7 GW no auge do fenômeno. As baterias também contribuíram ao ampliar em 1,4 GW a injeção de energia na rede durante o eclipse.