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A revisão quadrimestral da carga divulgada pelo ONS, CCEE e EPE no início de abril levou a uma queda do preço de energia em 20% em um só dia. Esse comportamento deve-se ao resultado de carga menor do que o mercado esperava para este ano. Apesar dessa redução inesperada em um curto período de tempo, o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia acredita que a volatilidade para este ano deverá sim se confirmar e levar a um movimento mais acentuado do trade de energia quando comparado ao ano passado.
De acordo com o diretor presidente da BBCE, Alexandre Thorpe, nesse momento o mercado vem testando os limites de preços. Ele relata que a plataforma tem notado volatilidade nos primeiros dias de abril, mas que os volumes sinalizam que os agentes estão em compasso de espera para ver o que ocorre. Principalmente em relação à hidrologia.
“O mercado trabalhava com uma carga maior do que a que foi divulgada com a revisão quadrimestral, por isso o preço desabou”, relata o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia. “Apesar disso, deveremos ver a volumetria crescer, não tanto quanto se imaginava, pois houve ajustes de posições com a redução de preços em 20%”, acrescentou.
Para efeitos de comparação que pode mostrar esse efeito apontado, a atualização da curva forward da BBCE de 25 de março para 8 de abril no produto convencional Sudeste para o último trimestre deste ano, caiu de R$ 151,07 por MWh para R$ 131,31 por MWh. A retração é vista em todos os meses deste ano. Por exemplo, para o terceiro trimestre está em R$ 106,13 por MWh, ao final de março, portanto, antes da revisão, o valor era de R$ 122,16/MWh.
Segundo sua análise, a indicação é de que a volatilidade voltará a ocorrer ao longo de 2024. “Essa é a visão que temos”, definiu. “No início de 2024 tivemos bastante movimento, foi o reposicionamento do mercado em relação que tinham feito de negócios no passado”, pontuou.
No acumulado do primeiro trimestre de 2024 a BBCE reportou um movimento bem acima do registrado anteriormente. De janeiro ao final de março os negócios intermediados pela plataforma foram o equivalente a mais da metade dos contratos fechados em todo o ano de 2023. E isso ocorreu mesmo tendo um final de ano bastante agitado por conta das perspectivas de movimentação do preço de energia depois de mais de um ano sem grandes alterações em decorrência dos níveis elevados de reservatórios.
Mesmo com a mudança de expectativa para baixo Thorpe reafirma que 2024 a volatilidade volta.
Um efeito desse período de ‘calmaria’ vivenciado pela plataforma é que houve o aumento das negociações de mais longo prazo. Tanto que a empresa vê possível como próximos passos, aumentar a curva de preços que atualmente dá a visão para daqui a seis anos. Com mais operações de vencimentos mais distantes, a plataforma está com mais dados disponíveis para ampliar esse horizonte da curva. Esse indicador, lembra Thorpe é importante sinalizador, um sintoma são as conversas que a empresa manteve com autoridades da secretaria da Fazenda, da Aneel e outras, querendo entender os caminhos desses preços.
Entre as ações que a BBCE ainda prevê avançar em 2024 e em 2025 estão a criação do mapa de liquidação para os clientes. Thorpe esclarece, contudo, que a meta não é realizar a liquidação para o cliente, mas trazer as informações centralizadas. E ainda, avançar no RFQ para as gestoras. E ainda, a ampliação da curva de preços para outros submercados, aumentar a digitalização de processos de ‘onboard’ de clientes para aumentar a eficiência de processos para a companhia, esse, está em fase de testes.