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O processo de renovação das distribuidoras deverá envolver critérios mais claros sobre a disposição dos investimentos no setor em perspectiva de longo prazo, incluindo metas para a digitalização de processos que serão necessários também para abertura maior do mercado livre no futuro. A informação foi passada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante evento em Brasília na manhã dessa quarta-feira, 17 de abril.

Silveira discorreu sobre os principais pontos a serem definidos para melhoria nos contratos que estão vencendo, três em 2026 e 20 até 2031. Entre eles formas de medir melhor a qualidade do serviço para uma participação mais efetiva do consumidor, assim como a relação com as empresas e destas com órgãos de governo. “É melhorar a qualidade do serviço e se comunicando melhor com a população e prefeituras”, aponta, referindo que uma definição sobre a renovação deve sair em 15 dias.

O ministro reforçou que os contratos em vigor não são adequados para a expectativa do consumidor brasileiro, nem do setor produtivo nem das pessoas. E falou em compromissos mais efetivos quanto aos indicadores DEC e FEC e em aumentar a capacidade dos servidores, para ter além da percepção regulatória uma percepção social dentro do processo.

Outro desafio destacado por Silveira é a adequação a um novo momento da transição energética com a inserção maior dos carros híbridos e elétricos, salientando que as vendas dos eletrificados aumentaram 150% nesse ano e que as distribuidoras precisam se preparar para não colapsarem diante desse advento. Além da MP recém anunciada, o ministro ressaltou que o futuro com tarifas menores passa também pela separação entre o fio e energia.

Principal pilar para a qualidade é investimento

Também convidado para o evento, o CEO da CPFL Energia, Gustavo Estrella, ressaltou o desafio da financiabilidade do setor e o convencimento diário aos investidores passando pela necessidade de estabilidade regulatória e um olhar consciente sobre um cenário completamente diferente do ponto de vista climático e com clientes cada vez mais empoderados com seus desejos e necessidades.

“Foram R$ 235 bilhões investidos pelo setor nos últimos 10 anos, com o DEC médio durando 41%. São conquistas mas a percepção atual do consumidor é o inverso disso e vamos ter que fazer diferente daqui para frente”, analisa.

O executivo lembrou que o Rio Grande do Sul teve em setembro do ano passado o pior temporal em 100 anos, com outra intempérie dessa magnitude acontecendo novamente em janeiro desse ano. E trouxe dados da concessão da RGE, com aumento “brutal” na incidência de raios assim como nos índices de calamidade pública, que passaram de 100 em 2022 para 765 no ano passado. Já os chamados dias críticos foram de 230 para mais de mil em 2023.

Para Estrella, o principal pilar de evolução na qualidade de energia é investimento e a necessidade de a perspectiva de longo prazo, salientando que a empresa saiu de uma média de R$ 2 bilhões aplicados por ano em média até 2019, para um patamar de R$ 4,3 bilhões nos últimos anos. Outro ponto é pensar em diferentes formas de mitigar ou resolver os problemas mais comuns com os dias atípicos.

“A solução é buscar novas formas de comunicação com o cliente. Se temos os dados porque não podemos informar proativamente que ele está sem energia e o processo de restabelecimento, utilizando canais diferentes”, comentou ao citar o caso de um call center sobrecarregado num dia de cortes no fornecimento de muitos clientes. Por fim, o CEO lembrou também da necessidade de maior cooperação e parceria entre diferentes agentes, citando o tema da queda de árvores sobre a rede.