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A DeCARB anunciou que está customizando sua tecnologia de descarbonização para a cadeia industrial de mineração em parceria com a Anglo American. A ideia é angariar R$20 milhões para aplicar no processo de fabricação dos materiais de captura e financiar a produção de três equipamentos projetados como o início da sua produção em série, além de ter capital de giro. Com o equipamento funcionando de forma ininterrupta, a estimativa é que sejam capturadas 166 mil toneladas de CO2 anualmente em cada uma das instalações.
Concebida em 2022 em Salvador (BA), a empresa está em fase de prototipação tecnológica para a captação direta das tubulações e chaminés industriais, antes que o gás chegue à atmosfera. Para a fabricação do material utilizado dentro do equipamento, é utilizado um tipo de resíduo de origem biológica, reciclado. O desenvolvimento acontece em parceria também com a Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso do Sul (FIEMS), por meio do ISI Biomassa.
“Além de utilizar um material biodegradável, a sua reutilização evita que sejam emitidos gases de efeito estufa que ocorreriam no seu processo de decomposição”, destaca a COO da DeCARB, Alanna Vieira. Segundo ela, a tecnologia provou-se altamente efetiva, visto que na prova de conceito realizada durante o programa FIEMG Lab 4.0, as taxas de captura do CO2 alcançaram 99%.
Para a executiva, as soluções para a descarbonização ainda são incipientes em todo o mundo, com muitas empresas capturando o CO2 quando ele já foi emitido na atmosfera, o que demanda equipamentos de grandes dimensões e que apresentam baixa efetividade e alto custo. Solução acoplado a tubulações e chaminés industriais captura o CO2 antes que o gás chegue à atmosfera (DeCARB)
Atualmente o projeto encontra-se nas etapas de validação tecnológica visando garantir o máximo de otimização, com mais redução de custos e o máximo de eficiência. A ideia é que o equipamento, com dimensões semelhantes às de um contêiner, possa ser utilizado por indústrias de segmentos apontados como os grandes emissores de gases de efeito estufa, que além da mineração, também incluem as cimenteiras, siderúrgicas, óleo e gás, petroquímicas, químicas e de energia.
De acordo com o CEO da empresa, Flávio Pietrobon, há um grande potencial econômico nas soluções para a geração de receitas. “Queremos vender nossos próprios equipamentos e comercializar os gases capturados nas plantas industriais”, detalha.
Em paralelo ao desenvolvimento da tecnologia de captura de CO2, a DeCARB está realizando pesquisas para o desenvolvimento de um segundo equipamento, que fará a conversão do gás em materiais sólidos. Outro desenvolvimento que vem avançando são os projetos de consultoria de análises ambientais, diagnósticos e diretrizes técnicas para as indústrias reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa.
“Queremos transformar o CO2 em produtos economicamente viáveis e de grande demanda pelo mercado. O equipamento promoverá reações químicas para transformar o CO2 em produtos sólidos, o que impedirá a liberação do carbono na atmosfera, promovendo o seu sequestro, ou neutralização”, conclui Pietrobon.