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Considerando o primeiro trimestre do ano como ruim em termos de ventos no país, a AES Brasil registrou fortes quedas na geração eólica no período. Em teleconferência de resultado realizada nesta sexta-feira, 3 de maio, o CEO da empresa Rogério Pereira Jorge revelou que o fator de capacidade de 28% foi o pior do período nos últimos quatro anos. O índice costumava oscilar acima da casa dos 35%. Em 2023, o fator de capacidade ficou em 39% e em 2022, em 34%.

“Nosso maior impacto foi em Alto Sertão II, na Bahia, que ficou 40% abaixo do volume gerado no primeiro trimestre de 2023 e Salinas, no Rio Grande do Norte, que gerou 33% a menos”, explica.

Ainda de acordo com o executivo, a safra ruim de ventos nesse período possibilitou uma janela para antecipação de manutenção nos ativos que estavam previstas para o segundo semestre, com ventos melhores. “Quando venta muito, não podemos subir os guindastes”, avisa.

Mas, se na eólica a geração decepcionou, na solar a produção teve bons resultados. Segundo Jorge, pelo segundo trimestre seguido, houve 100% de disponibilidade. O fenômeno climático El Niño também ajudou na performance, fazendo com que a irradiação aumentasse e a geração crescesse 5% no período, indo a 153 GWh.

Na fonte hídrica, não houve adesão total ao Mecanismo de Realocação de Energia neste trimestre. A UHE de Água Vermelha (SP- 1.396 MW), que é 58% da garantia física hídrica total no portfólio da AES Brasil não entrou, mas as demais seguiram a sazonalização. Com isso, a GF alocada e o volume total pelas usinas no MRE foram maiores no trimestre. “A estratégia foi acertada, pois os preços estão no piso”, aponta.