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A situação no Rio Grande do Sul continua grave. Segundo dados mais recentes, que são reunidos pela Secretaria de Comunicação, ainda são 280 mil pontos sem energia. A maior parte da RGE com 255 mil consumidores, enquanto a CEEE Equatorial registra 25 mil unidades consumidores sem fornecimento.
A CEEE Equatorial confirmou por meio de sua nota mais recente, das 7h da manhã desta sexta-feira, 03 de maio, que há 25 mil clientes sem energia na área de concessão da companhia, dos quais aproximadamente 11 mil estão desligados por segurança, devido a áreas alagadas, atendendo a solicitações da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e das prefeituras municipais. Os municípios mais atingidos são Guaíba, Camaquã e Terra de Areia. Não há municípios com desligamento geral da energia elétrica.
A distribuidora cancelou os desligamentos programados para realização de manutenções preventivas. Em seu trabalho junto às comunidades, alertou para que em casos eventuais de postes caídos, fios e cabos ao solo, é fundamental manter distância do local e contatar a companhia.
Destacou ainda que “trabalha intensamente, com mobilização de equipes e equipamentos focados para restabelecer a energia elétrica para todos os clientes, o mais breve possível. E se solidariza com a situação de calamidade vivida pelos gaúchos.”
A nota mais recente da RGE informa que eram cerca de 252 mil clientes sem energia. A maioria desses clientes estão em áreas alagadas ou em locais com impedimento de acesso das equipes. As regiões mais afetadas são Vale do Taquari (117 mil), Vale do Rio Pardo (48 mil), Vale dos Sinos (20 mil), Planalto (18 mil), Central (18 mil) e Serra (17 mil).
Ontem à noite, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica, 268 mil clientes estavam sem o fornecimento até às 10h, que equivale a 8,7% dos clientes da distribuidora. Aproximadamente 161 mil clientes interrompidos com impedimento de acesso.
Já em geração, a Ceran informou que segue monitorando a situação da UHE 14 de Julho. A barragem, que teve rompimento parcial, segue em situação estável, sem alterações desde o ocorrido na tarde da quinta-feira, 2 de maio. Os dados mostram que as vazões diminuíram nas últimas horas. “A Ceran segue em contato com a Defesa Civil e priorizando a segurança das pessoas”, pontuou em nota.
O rompimento parcial da barragem, diz a companhia, não trazia aumento significativo nas vazões já existentes na Bacia Taquari-Antas, sendo observado nas cidades de Santa Tereza e Muçum, os valores de elevação de nível em 35cm e 25cm, respectivamente.
E ressaltou que segue com os protocolos de segurança acordados com a Defesa Civil e com as equipes focadas na segurança das pessoas. “O cenário ainda requer atenção, pois existe a possibilidade de evolução das chuvas, que pode aumentar a vazão”. As barragens das Usinas Castro Alves e Monte Claro se encontram em situações estáveis no momento.
Comitê de Crise
Na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira, a Aneel publicou a Portaria 131 que instituiu o Comitê de Crise para gerir as ações da agência reguladora frente aos impactos dos eventos climáticos no RS. O Comitê de Crise será responsável por articular, coordenar, monitorar, orientar e supervisionar as providências e medidas a serem adotadas pela ANEEL para mitigar os impactos nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. E ainda interagir com demais autoridades e instituições públicas e privadas no endereçamento do problema.
Fazem parte desse comitê toda a diretoria da Aneel, bem como o chefe da assessoria de comunicação da agência e ainda, Giácomo Bassi Almeida, Superintendente de Fiscalização Técnica dos Serviços de Energia Elétrica (SFT) e mais seis outros servidores dessa mesma superintendência.
A Aneel lembrou que a estrutura da UHE 14 de Julho já estava submersa e ocorreu movimentação mais turbulenta da água, possivelmente pelo comprometimento da chamada ombreira direita, uma das laterais onde a barragem está apoiada.
Pátio da SE Nova Santa Rita alagado. Fonte: imagem da internet
A Agência se reuniu com o Governo do Estado, a defesa civil e as empresas de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica afetadas pelo temporal na quinta-feira e estava prevista outra reunião, nesta sexta. Em razão dos eventos climáticos intensos, seguem a situação de algumas barragens em alerta.
A Aneel informou que entre as medidas realizadas para atenuar a situação crítica na barragem Dona Francisca, cuja vazão decamilenear foi ultrapassada, houve a troca de operadores, restabelecimento do acesso terrestre e o recebimento de suprimento adicional de óleo diesel para suporte aos sistemas auxiliares.
Já a barragem Castro Alves foi desligada do sistema e está sem acesso. A barragem 14 de julho também foi desligada do sistema e está sem acesso, com duas comportas parcialmente elevadas e o sistema de bombas de esgotamento inoperante.
Devido as inundações no RS, houve a necessidade de desligar a subestação Nova Santa Rita, que ficou alagada, tanto o pátio de equipamentos quanto a sala de controle. Sem esse ativo, ficaram fora de operação importantes linhas de transmissão. Deixando os sistemas remanescentes sobrecarregados e mais suscetíveis a novas contingências que podem levar a cortes de cargas.
Outras instalações importantes fora de operação são as linhas de transmissão Venâncio Aires/Cidade industrial e Lajeado 2/Lajeado 3 e a subestação Candelária.
Sala de controle da SE Nova Santa Rita alagada. Foto: imagem da internet
Ontem, o MME informou por meio de nota que criou uma sala de situação para que seja realizado o monitoramento e tomadas as devidas providências.
Dessa forma, a equipe do MME mantém contato direto com as distribuidoras CPFL Energia e CEEE Equatorial Energia e cobra ações diretas e efetivas para a retomada do fornecimento de energia elétrica. Além disso, a pasta acompanha, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica, a execução dos Planos de Ações de Emergência das barragens das usinas envolvidas.
O MME destacou que, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as chuvas ultrapassaram a marca de 400 milímetros e houve ainda rajadas de ventos de até 152 km por hora nas últimas 72 horas em municípios do estado.
Além disso, vale destacar que o Operador Nacional do Sistema realiza um trabalho de controle de cheias, acompanha de forma diferenciada a operação das usinas Dona Francisca, Passo Real, dos Bugres e 14 de julho.
As chuvas, segundo o governo do RS, afetou 235 municípios, há 7.165 pessoas em abrigos, outros mais de 17 mil desalojados. Ao total, foram afetadas 351.639 pessoas considerando os todos os impactos, não apenas de energia elétrica.