Chuva atrapalha e geração eólica da Engie cai 30% no 1º trimestre

Com concentração de parques eólicos no interior da Bahia e ventos aquém do esperado pela incidência de chuvas, a Engie Brasil registrou uma queda de 30% na geração de seus aerogeradores no Nordeste. “O resultado foi em linha com o mercado em geral, ruim. Mas conseguimos equilibrar as coisas e mostrar a resiliência do nosso diversificado portfólio”, comentou o diretor financeiro da companhia, Eduardo Takamori, durante teleconferência ao mercado nessa quarta-feira, 8 de maio.

Questionado sobre a previsão de restrição e nível de Curtailment pelo ONS, o executivo disse ainda não ter uma estimativa mais precisa para esse ano, ponderando que a empresa ainda está digerindo as informações da recente integralização de parques da Atlas. “Temos monitorado essa expectativa, mas a certeza é que o curtailment veio para ficar”, complementa.

Takamori também destacou que a geradora se deu conta de que o mecanismo não irá acontecer apenas por restrição a exposição, mas também na capacidade da carga em absorver toda energia eólica e principalmente a solar, sobretudo com a quantidade expressiva e desorganizada de GD entrando no sistema nos últimos anos, citando os malefícios dos subsídios.

Preço da energia fora do piso e sem greenfield

Sobre dinâmica de preços para 2025 e 2026, ele pondera pela volatilidade trazida pela nova configuração da matriz brasileira, e que a sobreoferta atual de energia é expressiva, dependendo da conjuntura de mais ou menos água assim como a demanda. E que as afluências poderão acontecer fora dos limites que vieram em previsões passadas. “Já não é mais piso (preço da energia) como se imaginava no ano passado”, avalia.

Por fim, o diretor financeiro reforçou que a prioridade no momento da empresa é implementar uma série de projetos junto a sua realocação, não sendo o momento de aumentar a exposição e novos investimentos ao mercado via empreendimentos greenfield.