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O comitê de gerenciamento de crises do Ministério de Minas e Energia definiu com as distribuidoras um plano para o restabelecimento rápido do fornecimento de energia no Rio Grande do Sul, com a recuperação, tão logo seja possível, das infraestruturas danificadas pelas fortes chuvas que tem atingido o estado. A medida prevê o remanejamento de equipamentos para substituição daqueles que foram afetados pelo eventos climáticos, além mobilização de 500 eletricistas de outras empresas para o restabelecimento das redes em território gaúcho.

O plano foi aprovado pelo comitê de gerenciamento de crises do MME, durante reunião com representantes das concessionarias nesta terça-feira, 8 de maio. Ele será coordenado pelo ministério, que já acionou as Forças Armadas para o transporte das equipes de outros estados, assim que a água baixar nos locais hoje alagados e permitir a atuação dos trabalhadores.

A ideia do compartilhamento de recursos humanos e materiais entre as empresas do setor elétrico não é nova. Ela já tinha sido aplicada no apagão de novembro de 2019 no Amapá, com o uso de ativos da Eletronorte para garantir o suprimento à população, mas a discussão sobre uma regra permanente para isso, no caso das distribuidoras, ganhou força nos eventos registrados em São Paulo, no Rio de Janeiro e no RS, em novembro e dezembro do ano passado.

É, inclusive, uma das soluções em estudo pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia para enfrentamento de eventos climáticos extremos.

De acordo com o ministério, mais de 4 mil funcionários das distribuidoras que atendem o Rio Grande do Sul tem trabalhado em regime de revezamento, de forma ininterrupta, para religar a energia para os consumidores.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista ontem que a orientação do presidente Lula é para que o fornecimento seja normalizado de forma rápida, nas regiões que ainda sofrem com os desligamentos. “Isso não é possível apenas com o planejamento local. Então, nós estamos mobilizando todas as distribuidoras do Brasil, a fim de que todas se coloquem mobilizadas com seus plantéis,” anunciou Silveira.

As concessionárias de distribuição também assumiram o compromisso de doar insumos básicos de saúde e higiene, além de colchões, para os desabrigados. E ficou decidido ainda que a Agência Nacional de Energia Elétrica vai flexibilizar os recursos do programa de eficiência energética das empresas para facilitar a entrega de geladeiras, lâmpadas e chuveiros elétricos à população mais carente, afetada pelas chuvas.

Na tarde de terça, o ministério contabilizava 450 mil unidades consumidoras ainda sem energia em consequência dos temporais em 162 municípios gaúchos. Os desligamentos persistem em locais onde não há viabilidade para a retomada das conexões de maneira segura ou existem severas restrições de acesso.

O MME informou que serão estudadas medidas legais para redução dos impactos tarifários para as famílias atingidas e para o restabelecimento dos sistemas de distribuição. O governo tem negociado com o Congresso Nacional a aprovação de recursos extraordinários para atendimento em diversas frentes no estado.

“A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) de Guerra, eu estou defendendo que nós não cometamos o mesmo erro que foi cometido pelo ministro [da Economia do governo Bolsonaro] Paulo Guedes, quando contratou empréstimos da Conta Covid e da Conta Escassez Hídrica a juros altíssimos para o povo brasileiro. Numa situação emergencial, a gente não cometa o mesmo erro e utilize essa PEC de Guerra para reconstruir também, além de estradas e de outros investimentos, a parte do setor elétrico brasileiro que foi destruída,”, disse.

Silveira, que participa das discussões da sala de situação coordenada pela Casa Civil, disse que é legitimo que todos tenham ideias para solucionar o problema, ao ser perguntado sobre a proposta do deputado Danilo Forte (União -CE) de direcionar recursos da Eletrobras e de Itaipu Binacional prioritariamente para o Rio Grande do Sul. Mas defendeu que é muito importante que as propostas sejam recepcionadas de forma centralizada, a fim de que se tenha o menor custo para o restante do país com o emprego racional dos recursos para a reconstrução do Rio Grande do Sul.