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O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico avaliou na reunião mensal desta quarta-feira, 8 de maio, as medidas de enfrentamento à crise provocada pelos eventos climáticos no Rio Grande do Sul.
O estado tem sido atendido por usinas termelétricas, que passaram a ser acionadas pelo Operador Nacional do Sistema, e por energia importada do Uruguai (até 570 MW), em razão dos estragos em infraestruturas de geração e de transmissão.
O ONS adotou medidas especiais devido aos danos em instalações do Sistema Interligado Nacional, para garantir o atendimento às atuais demandas de carga do estado, que estão reduzidas em relação à média. Há um acompanhamento dos equipamentos fora de operação, para a avaliação dos danos causados pelas enchentes e de qual será o tempo necessário para o seu retorno ao SIN.
Estão indisponíveis as hidrelétricas Monte Claro, 14 de Julho, Jacuí e Dona Francisca e as subestações Nova Santa Rita, Canoas 1 e Candelária. Há indisponibilidade também de dez transformadores e de 24 linhas de transmissão, sem previsão de retorno de todos esses ativos à operação.
Na distribuição, uma atualização feita pelo governo gaúcho na manha desta quinta-feira (9) mostra que existiam 185.094 unidades consumidoras sem energia elétrica na área de concessão da CEEE Equatorial (10,27% do total de clientes) e 194.300 (6,3% do total de clientes) na da RGE Sul. Boa parte dos desligamentos tem sido mantidos por razões de segurança.
Ações do ONS
O Operador do Sistema citou entre as ações previstas para garantir o atendimento imediato, considerando já um cenário mais favorável na região, o despacho da térmica Canoas e a manutenção da importação do Uruguai no valor máximo permitido. É possível ainda o acionamento da UTE Candiota, que está em manutenção programada, para a injeção no sistema de até 350 MW a partir de 31 de maio.
Além disso, há a possibilidade de energização emergencial de uma linha de transmissão em 525 kV entre as subestações de Itá e Gravataí. “Se esta alternativa for bem-sucedida, será um reforço no atendimento à região metropolitana de Porto Alegre e ao sul do estado do RS pelo sistema de 525 kV”, afirmou o ONS.
Os dados mais recentes da Agência Nacional de Energia Elétrica revelam que as barragens Bugres, Canastra, Castro Alves, Furnas do Segredo, Monte Claro e Dona Francisca continuam em estado de atenção, enquanto 14 de Julho e Salto Forqueta estão em estado de emergência.
Os transformadores da subestação Porto Alegre foram desligados, devido à inundação na capital gaúcha, para minimizar a utilização de ar comprimido dos disjuntores de 230 kV. E estão sendo buscadas alternativas para instalação de compressores extras na subestação, de acordo com a Aneel.
Chuvas acima da média
Em nota sobre o CMSE, o ministério destaca que as ações de reparo e de recuperação da rede e de outras instalações estão sendo planejadas para execução rápida, na medida em que o nível das águas baixar, utilizando, inclusive equipamentos e pessoal de outras concessionárias fora do RS.
Em abril, choveu acima da média nas bacias dos rios Jacuí, Uruguai, Iguaçu, Paranapanema e a incremental à UHE Itaipu, enquanto as demais bacias hidrográficas com geração hidrelétrica tiveram precipitação inferior à média histórica.
Com isso, os reservatórios do Subsistema Sul receberam um volume de água 146% acima da Média de Longo Termo (MLT). Para maio, são esperados na região valores entre 152% da MLT, no cenário inferior, e 229% da MLT, no cenário superior.
No Sistema Interligado como um todo, o nível de armazenamento das hidrelétricas fechou abril em aproximadamente 75%. Para o último dia de maio são esperados valores entre 76,2%, no cenário inferior, e 76,0% no cenário superior.
Na nota, o MME reforçou que as condições climáticas e de armazenamento dos reservatórios continuam sendo monitoradas pelo próprio MME, Agência Nacional de Energia Elétrica, Operador Nacional do Sistema Elétrico, Empresa de Pesquisa Energética e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.