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Com 276 municípios impactados pelas enchentes na área de concessão de sua subsidiária RGE, a CPFL Energia afirma estar totalmente mobilizada para restabelecer o fornecimento de energia no estado. Mas para isso, precisa esperar que as condições técnicas e de segurança permitam a realização das incursões para reparos e eventualmente reconstrução de ativos. Na manhã dessa sexta-feira, 10 de maio, eram 160 mil clientes sem luz, principalmente nos Vales do Sinos, Taquari e Rio Pardo. Número que, em média, vem se repetindo há quatro dias.
“Assim que a água baixar vamos entrar com nossa força máxima, principalmente na região dos vales, onde houve um dano maior do que na metropolitana”, disse o vice-presidente de Operações Reguladas do Grupo, Luis Henrique Ferreira, durante teleconferência ao mercado. Ele afirma que a companhia concluiu um plano de restabelecimento de toda área, com a logística operacional definida, desde helicópteros ao envio de equipes de outras localidades, que já estão a postos.
Ferreira também ressalta que será possível reaproveitar alguns postes, sem efeitos muito relevantes sobre os equipamentos após um diagnóstico prévio da empresa, com as principais substituições recaindo em medidores e transformadores. “O que tivemos de impacto foi da ordem de 8% no máximo. Conseguimos restabelecer e nossos ativos estão com 95% de funcionamento no grupo”, aponta.
A RGE chegou a ter 700 mil unidades sem luz em um forte temporal em janeiro, ante os 300 mil registrados no pior momento desse evento recente, que teve 72 cidades totalmente sem energia, com 68 religadas. Ainda restam seis municípios sem energia e dez cidades parcialmente por solicitação das autoridades, por questão de segurança que envolvem bloqueios em estradas, áreas alagadas e inacessíveis.
Áreas totalmente alagadas e bloqueios de estrada dificultam trabalhos para recomposição da energia elétrica nas cidades atingidas (Divulgação)
“Nossa expectativa é que a situação se resolve nos próximos meses, sem um impacto muito longo”, prevê o especialista. Também disse que a companhia está levantando todas as possibilidades daquilo que poderá ser investido para normalização do quadro no estado, passando também pelos custos e perdas. “Se houver impacto maior do que esperamos vamos ter espaço para fazer isso”, complementa Luis Henrique.
Renovação das concessões em segundo plano
Segundo ele, existem discussões com a Aneel e Ministério de Minas e Energia sobre a utilização de mecanismos do setor para apoiar os consumidores e consequentemente as empresas envolvidas. Já o presidente da CPFL, Gustavo Estrella, destacou que pelos próximos dias o assunto da renovação das concessões fica de lado, com os agentes engajados em como ajudar o RS a se reerguer.
“Não tenho dúvida de que a nova regulação precisa prever um cenário mais adverso e que ao mesmo tempo não faz sentido uma regulação de 30 anos atrás”, pondera o executivo sobre o novo decreto para as distribuidoras, reforçando ser preciso uma concessão viável no longo prazo, com equilíbrio regulatório e um ambiente de negócios positivo que permita investimentos que melhorem a qualidade da energia com modicidade tarifária.
No caso das usinas hidrelétricas do grupo, Estrella comentou que foram mobilizados todos os esforços para evitar o rompimento parcial da barragem da UHE 14 de Julho na semana passada, que segue em estágio de emergência. Mas que a abertura das comportas estava inviabilizada pois não existe mais acesso para a usina. No entanto, uma avaliação preliminar após o rompimento parcial da barragem verificou que a estrutura teve dano apenas superficial, no topo.