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Para evitar danos aos ativos, acidentes com colaboradores e aumentar a eficiência operacional, a inspeção termográfica se consolida cada vez mais como uma solução para usinas e demais ativos do setor elétrico. Na CGN Brasil, o trabalho de inspeção, por enquanto, nas linhas de transmissão dos empreendimentos, é realizado por uma equipe interna com utilização de dois drones adquiridos em fevereiro para visualização aérea com imagens em alta definição.

“A descrição de cada item em falha aparece com o relatório fotográfico de resolução em 4K, o que dá um nível de percepção até melhor que o olho humano em alguns casos”, destaca o supervisor de Operação e Manutenção da empresa, Diego Estercio, em entrevista à Agência CanalEnergia.

Ele informa que a câmera em questão é uma Zemus H20T, e que a visualização em si das conexões pode ser feita numa incursão por escalada, subindo nas torres, mas não em nível de isoladores e cabos, sem contar na questão da segurança e de locais de difícil acesso. “Evitamos perdas, com risco zero de acidentes e menor probabilidade de danificar um ciclo”, resume, salientando que o monitoramento de LTs tem de ser acompanhado também por uma equipe terrestre pelas condições ambientais e porte estrutural.

Estercio aponta como principais trunfos da solução a não interferência na produtividade dos equipamentos, sem necessidade de parada do sistema pelo nível de detalhamento da proximidade com o zoom. O dispositivo realiza a captação da radiação infravermelha emitida pelo equipamento ou sistema, convertendo-a em imagens térmicas. Assim é possível monitorar a temperatura dos ativos e identificar pontos de aquecimento, facilitando a identificação de processos de forma mais ágil, além da realização de diagnósticos e correção de anomalias.

Empresa adquiriu dois drones e pretende expandir serviços de monitoramento para outras geradoras (CGN Brsil)

A análise de dados é feita com outro software que trata as imagens e verifica a necessidade de executar alguma manutenção corretiva ou preventiva por conta desse aquecimento, por meio de diretrizes que apontem para um evento e potenciais efeitos. Além disso, a inspeção ainda promove a redução de custos com maquinários, pois a identificação precoce de problemas pode evitar falhas que seriam custosas no momento de reparação.

Dois parques monitorados

Atualmente esse trabalho de inspeção termográfica e a capacitação da equipe interna para utilização de veículo aéreo não tripulado (VANT) é realizado pela multinacional chinesa em dois complexos eólicos no Brasil: Eurus II e Renascença V, ambos localizados no Rio Grande do Norte. O investimento inicial é de R$ 300 mil, e o relatório que Diego mostra na entrevista por vídeo descreve o nível de tensão, extensão da linha, tipo e quantidade de estruturas, cabos por fase, tipo de OPGW (cabo com função de para-raios), entre outros.

“Para fazer uma inspeção dessa em uma linha de 8 km teria que ser utilizado o modo terrestre por três dias com geração parada. Significaria colocar 90 MW paralisados durante 12 horas, num contrato de aproximadamente R$ 200 MWh do Proinfa”, ressalta o supervisor.

Ele refere a economia como “gigantesca”, ressaltando que só para empreender a manutenção da linha dessas duas usinas o orçamento seria de aproximadamente R$ 100 mil. E que se levar em conta esses trabalhos para todos os parques da companhia, com custo, combustível, viagem aérea, alocação de veículos, alimentação, hospedagem, abastecimento, o valor total seria menor do que o custo atual para apenas um parque de geração.

Com o sucesso dos resultados, a iniciativa já está programada para outros parques eólicos e solares da geradora, restando finalizar agora as questões de organograma para executar as atividades na planta solar Nova Olinda e nos complexos eólicos Lagoa do Barro, Cristalândia e Bom Jesus da Lapa. “Há uma empresa em gestação para que a companhia possa executar esse tipo de trabalho para outras empresas ainda neste ano, sendo ainda uma questão interna”, complementa Diego Estercio.

Uso da solução pela CGN Brasil em um parque mostrou-se mais eficiente do que o antigo metódo para todas as usinas da companhia  (Agência PR)

Ocorrências

De acordo com o especialista, as principais ocorrências nos parques já monitorados com a solução termográfica são devidas à salinidade do litoral brasileiro, aumentando os índices de corrosão que danificam as estruturas metálicas.

Ele reforça que para os parques eólicos a aplicação até agora foi feita nas linhas de transmissão, mas a ideia é expandir as inspeções nas pás dos aerogeradores. Já para as plantas solares é realizada uma inspeção aérea dos eletrocentros, possibilitando agir de forma premeditada e um certo grau de antecedência em caso de incoerência, superaquecimento do eletrocentro ou das próprias placas.

Outra parte é a da segurança dos ativos, contratando no momento empresas que também utilizam drones para esse serviço. “Gerenciar a manutenção e cuidar da segurança são coisas bem distintas”, pontua, ponderando que rondas por drones são muito mais eficazes do que uma segurança armada, visto que por vezes um criminoso pode invadir um local para poder roubar o armamento de um vigilante.

Outro recurso da nova metodologia de trabalho é a apresentação de pontos estratégicos para resgates em caso de algum tipo de acidente, com números da defesa civil, hospitais, polícia, além dos pontos internos da empresa para contato em caso de qualquer ocorrência. Constam os trajetos, a criteriosidade de atendimento em termos de emergência, urgências (alta, média e baixa) e até os níveis de monitoramento.