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A Fitch espera que a alavancagem líquida da Light caia para cerca de 2,9x entre 2024-2027, com base no conversão de dívida proposta plano de recuperação judicial da Light. Essa estimativa ainda leva como base a presunção de algum aumento nos limites regulatórios para perdas de energia por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Esse é um dos cenários que a Fitch Ratings apresenta em um estudo de caso publicado nesta terça-feira, 14 de maio. A agência de classificação de risco analisou vários cenários para as projeções financeiras da Light sob diferentes premissas para a reestruturação da dívida e drivers operacionais de sua principal subsidiária, a distribuidora do grupo Light SESA.
“Temos a expectativa de que o limite regulatório seja aumentado em 2024, beneficiando o fluxo de caixa da Light Sesa e o consequente aumento tarifário fardo a ser compensado por custos de energia mais baixos após o contrato de energia mais caro da distribuidora expira no final de 2024”, aponta a Fitch.
O endividamento líquido poderia ficar em 2,6x excluindo dívidas extra patrimoniais de R$ 700 milhões relacionadas a garantias. Estas estimativas assumem a conversão de dívida de R$ 2,2 bilhões proposta pelo plano de recuperação judicial. Para a Fitch, o índice de alavancagem de 2,9x seria consistente com uma classificação ‘BBB’ em categoria em escala internacional. Sem conversão da dívida, a métrica de alavancagem seria média de 4,1x, o que é consistente com uma categoria de rating ‘BB’.
O plano da Light inclui injeção de capital de pelo menos R$ 1 bilhão e exige um valor mínimo de conversão de dívida no valor acima. A dívida da Light Sesa de R$ 9,8 bilhões, incluindo juros parciais acumulados desde que o stand still foi concedido, será reestruturado em três parcelas possíveis, sendo a primeira tranche devida em 2028.
Em contrapartida, a dívida de R$ 1,9 bilhão emitida pela Light Energia, ou R$ 1,3 bilhão, excluindo dívidas já retiradas do plano, não será reestruturado (desde que sejam cumpridas determinadas condições).
“Não prevemos qualquer problema de financiamento ao longo de 2024-2027, assumindo algum aumento nas perdas regulatórias, quando se consideram vários cenários para capex e crescimento do mercado e um saldo mínimo de caixa de R$ 1,5 bilhão em bases consolidadas”, diz a Fitch no relatório. E acrescenta que a reestruturação da dívida da Light Sesa deverá restaurar alavancagem adequada, necessárias para evitar a perda dos direitos de concessão e abrir espaço para a renovação do contrato, embora as condições ainda não foram estabelecidas pelo governo.
“Nosso caso base leva em consideração conta a troca de dívida e a injeção de capital que ocorrerá em 2024. A renovação antecipada da concessão dependerá também da flexibilização dos requisitos regulatórios relacionados à qualidade do serviço”, completa.
Os credores votarão o plano de recuperação da Light em 29 de maio, podendo apresentar um novo plano caso a proposta da empresa seja rejeitada. A Fitch avalia a Light e suas controladas em ‘D’ (Inadimplência). E lembra que revisará as classificações após a reestruturação da dívida, com base na nova estrutura de capital e premissas atualizadas para desempenho operacional.