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A Eneva apresentou um prejuízo líquido de R$ 60,9 milhões no primeiro trimestre desse ano. O resultado representa uma reversão significativa em relação ao lucro de R$ 222,9 milhões registrado no mesmo período de 2023. Segundo a companhia, o desempenho foi influenciado principalmente pela diminuição da receita e pelo aumento das despesas financeiras durante o período.
O Ebitda ficou em pouco mais de R$ 1 bilhão, queda de 6,8%. A empresa ressaltou impacto positivo de R$ 203,9 milhões referente ao valor da variação da marcação a mercado (MtM) dos contratos de energia do segmento de comercialização. O trimestre em comparação foi pontualmente impactado pela realocação dos contratos de Futura 1 para a comercializadora. Excluindo esse efeito, o Ebitda consolidado teria apresentado crescimento de R$ 126,7 milhões, ou 13,1%.
O fluxo de caixa operacional ficou em R$ 1,1 bilhão, alta de 91,3% e configurando um valor recorde na companhia. Enquanto isso, a receita líquida chegou a mais de R$ 2 bilhões, caindo 18,5%. A dívida líquida soma R$ 17,4 bilhões, aumentando 2,3%, e a sua relação com o Ebitda alcança 4,1x ao final de março, apresentando redução de 0,5x em relação ao indicador de 4,6x registrado no ano passado, reforçando o controle do nível de alavancagem.
Geração
Na geração termelétrica, os despachos médios tiveram incremento de 13% contra 6% no mesmo trimestre de 2023. A Geração de energia bruta atingiu 1.201 GWh contra 597 GWh na comparação anual. Destaque para o despacho médio de 25% no Complexo Parnaíba frente a 10%, refletindo os despachos regulatórios em todas as usinas do empreendimento e a retomada da exportação de energia para a Argentina em janeiro. Trajetória positiva também na produção líquida na UTE Jaguatirica II, impulsionada pela evolução na disponibilidade para 99% e despacho para 82% em média.
Já na geração solar alcançou 405 GWh, apresentando volume inferior frente ao último trimestre de 2023, principalmente decorrente da maior nebulosidade e alta ocorrência de chuvas na região nos primeiros meses do ano. A disponibilidade média dos parques foi de 95%, com fator de capacidade de 29,1%.
Incorporação da Celse e demanda da Argentina
Sobre a incorporação da Celse pela holding, o diretor financeiro da Eneva, Marcelo Habibe, disse que o processo está em fase avançada, faltando apenas a aprovação de algumas transferências de licenças ambientais pelo Ibama, que está em greve. “Acreditamos que será concluída nas próximas semanas ou no mais tardar do semestre”, disse o executivo em teleconferência da empresa nessa quarta-feira, 15 de maio.
Em outro questionamento de analistas, sobre o cenário para exportação de energia para a Argentino, o diretor presidente da companhia, Lino Cançado, ponderou que já está havendo demanda e o país vizinho só não está importando agora em maio devido às baixas temperaturas e também em função das enchentes no Rio Grande do Sul, as quais inviabilizaram a estação conversora de Garabi.
“ONS está avaliando medidas para tirar esse gargalo da exportação e a tendência é que a Argentina continue demandando energia”, informa, destacando o potencial de atendimento do complexo Parnaíba, já que nesse ano o país não convive com excesso de geração hídrica.