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A pressão de preços diminuiu em 2023 no mercado de minerais utilizados em veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e outras tecnologias de energia limpa. Esse comportamento vem da oferta que ultrapassou a procura. Mas um novo relatório da Agência Internacional de Energia conclui que ainda são necessários grandes investimentos adicionais para cumprir os objetivos energéticos e climáticos mundiais. O tamanho atual do mercado combinado dos principais minerais de transição energética deverá mais do que duplicar, para US$ 770 bilhões, até 2040, num caminho para emissões líquidas zero até meados do século.

Intitulado Global Critical Minerals Outlook 2024, publicado nesta sexta-feira, 17 de maio, e disponível para download (em inglês), traz atualizações da análise inicialmente feita desse mercado pela agência no ano passado. Ao mesmo tempo, oferece novas perspectivas de médio e longo prazo para a oferta e demanda de importantes minerais de transição energética, como lítio, cobre, níquel, elementos de cobalto, grafite e terras raras.

O relatório aponta que após dois anos de aumentos, os preços recuaram em 2023, estes valores regressaram aos níveis observados pela última vez antes da pandemia. Os materiais utilizados na produção de baterias registaram reduções particularmente significativas, com o preço do lítio recuando 75%. Já preços do cobalto, níquel e grafite apresentaram quedas que vão de 30% a 45%, ajudando a reduzir os preços das baterias em 14%.

Mesmo com a demanda permanecendo em um patamar classificado como robusto, as quedas de preços foram impulsionadas pelo aumento na oferta global, que ajudou a compensar os aumentos acentuados dos preços em 2021 e 2022.

O relatório conclui que, embora os preços mais baixos dos minerais essenciais no ano passado tenham sido uma boa notícia para os consumidores e para a acessibilidade a esses dispositivos, também representaram um obstáculo para novos investimentos. Em 2023, os aportes na mineração de minerais críticos cresceu 10% e os gastos com exploração aumentaram 15%, índices classificados como saudáveis, mas mais lentos do que em 2022.

“O mercado bem abastecido de hoje pode não ser um bom guia para o futuro, com o relatório a observar que a procura de minerais críticos continua a crescer fortemente em todos os cenários”, diz a AIE.

Contudo, destaca que uma análise detalhada sugere que os projetos anunciados são suficientes para satisfazer apenas 70% das necessidades de cobre e 50% das necessidades de lítio em 2035, num cenário em que os países de todo o mundo cumpram os seus objetivos climáticos nacionais. Por outro lado, os mercados para outros minerais parecem mais equilibrados.

Considerando os projetos já anunciados não há alteração da elevada concentração geográfica da oferta, prevendo-se que a China mantenha uma posição muito forte no setor da refino e de processamento.

O relatório ainda traz uma avaliação de risco inédita sobre esses minerais examinando quatro dimensões principais: riscos de fornecimento, riscos geopolíticos, barreiras para responder a interrupções no fornecimento e exposição a fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) e riscos climáticos.

Nesse sentido, a conclusão é de que o lítio e o cobre são os mais vulneráveis ​​aos riscos de abastecimento e de volume, enquanto a grafite, o cobalto, as terras raras e o níquel enfrentam riscos geopolíticos mais substanciais. A maioria dos minerais está exposta a elevados riscos ambientais.

Por isso, a AIE vê a necessidade de intensificar os esforços para reciclar, inovar e incentivar a mudança comportamental é vital para aliviar potenciais tensões na oferta. Aponta que serão necessários cerca de US$ 800 bilhões de investimento na mineração entre agora e 2040 para se avançar para um cenário de 1,5 °C. Sem a forte adesão à reciclagem e reutilização, os requisitos de capital precisariam ser um terço mais elevados.