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Uma análise da Aurora Energy Research mostra que o Brasil deve ver o aumento significativo de emissões de carbono por conta das usinas termelétricas despachadas para atender a demanda na intermitência das renováveis. Essa situação ocorre mesmo com a expansão da matriz renovável.  De 2024 a 2060, as emissões na Espanha e no Reino Unido deverão diminuir em 88% e 112%, respectivamente, para 8,2 gCO2/kWh e -15,9 gCO2/kWh. Em contrapartida, as emissões do Brasil estão projetadas para aumentar em 54% nesse período, chegando a 7,7 gCO2/kWh.

De acordo com o estudo, a falta de uma regulação e de incentivos do mercado ou governamentais acaba dificultando o investimento em sistemas de armazenamento, tornando financeiramente inviável desenvolver e importar as tecnologias necessárias. A análise diz que a recente demanda e a liberalização do mercado levam à expansão do sistema. Mas por conta da intermitência e o retrato regulatório, as UTEs continuarão a ser cruciais para garantir a segurança de abastecimento durante períodos de baixa produção de energia renovável.

Ainda de acordo com a Aurora Energy, formas de resiliência, como baterias e UHEs reversíveis são prejudicadas pelas regras atuais. Os investimentos nessas tecnologias não se seriam financeiramente atraentes, porque não são compensadas pelos serviços ancilares. Haveria ainda a falta de mecanismos governamentais para ajudar os investidores a gerenciarem os altos custos de desenvolvimento e importação dessas tecnologias.

A análise diz que ao contrário da Espanha, onde um quadro competitivo de subsídios foi implementado para ajudar a mitigar os custos dessas iniciativas, no Brasil, os leilões de reserva de capacidade são dependentes do crescimento de termelétricas. Em 2021, apenas usinas desse tipo participaram e, para o leilão de agosto, apesar de adicionar a possibilidade de expansão de hidrelétricas existentes pela primeira vez, espera-se novamente uma expansão dessas usinas.

Além disso, as regulamentações existentes no Brasil criam incertezas, particularmente em relação a tarifas e licenciamento, já que os sistemas de armazenamento têm papéis duplos no consumo e na geração. Isso prejudica o investimento em projetos de armazenamento, limitando sua contribuição para a redução de emissões de carbono e a estabilidade da rede.

Para a consultoria, as térmicas têm um papel importante ao proporcionar flexibilidade e segurança de abastecimento, mas sem regulamentação e sem uma estrutura de mercado que incentive soluções livres de carbono, como UHES e sistemas de armazenamento, o Brasil corre o risco de atingir emissões de carbono mais altas até 2047 do que as da Grã-Bretanha, divergindo do caminho da Europa para o Net Zero.