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Indústria do alumínio anuncia investimentos de cerca de R$ 30 bilhões para setor até 2025. A medida visa fortalecer a indústria e melhorar a gestão dos processos ambientais para descarbonização do setor. E os investimentos anunciados envolvem toda a cadeia de produção, desde a modernização e diversificação da matriz energética, além do investimento em autogeração.

Os incentivos à economia de baixo carbono, o fortalecimento de toda a cadeia produtiva e a alavancagem das vantagens competitivas foram aspectos relacionados como essenciais para o êxito do processo de reindustrialização. Janaina Donas, presidente executiva da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), disse à Agência CanalEnergia, que os acontecimentos nos últimos anos expuseram a necessidade de uma rápida reestruturação das cadeias de suprimento globais.

“Em um primeiro momento, as indústrias buscaram minimizar suas suscetibilidades às variáveis externas por meio da redundância de estoques. Porém, em médio e longo prazo, o atributo de maior valor deverá girar em torno da construção da resiliência e no fortalecimento da verticalização das cadeias produtivas”, explicou. Ela ainda afirmou que os atributos que o setor tem demonstrado, na busca incessante, pela superação de desafios à sua competitividade e de reversão de um quadro de desindustrialização que nos permita voltar a crescer de forma sustentável.

“Esse novo ciclo do setor, que contempla investimentos da ordem de R$ 30 bilhões, a serem executados até 2025, abrange uma série de iniciativas que se alinham aos esforços de promoção de uma neoindustrialização, focada no melhor aproveitamento das nossas vantagens competitivas, na integração dos elos produtivos e no reposicionamento do país na cadeia global de suprimento”, afirmou Janaina.

Entretanto, segundo a presidente executiva da Abal, para que o processo de reindustrialização seja exitoso, é imprescindível a alavancagem de vantagens competitivas do setor, com investimentos e manutenção de ativos estratégicos; fortalecimento de toda a cadeia produtiva; fomento à agregação de valor; e incentivos à economia de baixo carbono. “É necessário que o setor supere desafios estruturais, que passam pela previsibilidade do ambiente de negócios; isonomia tributária e combate à informalidade; incentivos à transformação industrial; e a previsibilidade de insumos e serviços essenciais”, explicou.

Ela citou algumas ações de modernização e diversificação da matriz energética, além do investimento em autogeração, como a Alcoa que investe em transmissão de energia para descarbonizar mina de bauxita, a Hydro que aloca seu capital para reduzir emissões em um terço, a Novelis que investiu R$ 6 milhões em painéis solares fotovoltaicos e a Alubar que deverá fechar vendas de cabos em megaleilão.

Consumo de alumínio

A executiva da Abal ressaltou que hoje o Brasil tem grande potencial para ampliação do consumo de alumínio, que o consumo per capta de alumínio no país está em torno de 7,5 quilos por habitante por ano, enquanto a média mundial é de 22,4 quilos anuais por habitante. “O alumínio é um material estratégico para o fortalecimento de uma indústria de base e essencial para o atendimento da demanda de mercados consumidores altamente exigentes, como energia e construção civil entre outros. O Brasil reúne uma série de vantagens competitivas, associadas à disponibilidade de ativos estratégicos, à verticalização da cadeia produtiva e à forte agregação de valor”, disse Janaina.

A presidente-executiva da Abal ainda finalizou dizendo a importância do Brasil ser mais do que um exportador de commodities. “O Brasil está entre os países capazes de entregar produtos de valor agregado e pode assumir uma posição de vanguarda no processo de descarbonização da indústria nacional”, explicou.