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A Alupar anunciou nesta segunda-feira, 3 de junho, que venceu dois empreendimentos de transmissão no Chile, que demandarão investimentos de US$ 145,9 milhões ou cerca de R$ 763 milhões, com Receita Anual Permitida total de US$ 19,4 milhões. O leilão foi realizado em março deste ano. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o superintendente de Relações com Investidores, Luiz Coimbra, destacou esse novo ciclo de investimentos da Alupar na América Latina. Em maio, o executo já havia revelado a disposição para o mercado internacional.
O executivo ressaltou a relevância dos projetos, localizados no Atacama e Antofagasta, na região Norte do país. O Chile passa por um processo de descarbonização, com descomissionamento de usinas térmicas e implantação de usinas de energia renovável. Com isso, vem a intermitência e a necessidade de potência para auxiliar no sistema em menor tempo. “O leilão foi específico para resolver esse ponto”, avisa.
Na Subestação Ana Maria 220 kV, em Antofagasta, haverá o aporte de potência de Curto Circuito de 1.851 MVA através da instalação de 3 conjuntos de Compensadores Síncronos. Na SE 4 Illapa 220 kV, serão 1.493 MVA por meio da instalação de dois conjuntos de Compensadores Síncronos nas imediações da SE, no Atacama. O contrato vale por 25 anos após a entrada em operação.
As SEs deverão ser implantadas até dezembro de 2027 e o projeto deve começar a ser tocado ainda esse ano. Coimbra também destaca como atrativo na investida internacional da Alupar a relação RAP/Capex de 13,3%. “De forma geral, o projeto sinaliza um bom retorno”, comenta. Somados a outros investimentos de transmissão no América Latina arrematados no ano passado, a Alupar terá um capex de US$ 270 milhões até 2027 e uma RAP de US$ 35,7 milhões.
Com modelo de negócio similar ao executado no Brasil, as negociações com fornecedores estão em andamento. A Alupar tem uma unidade voltada exclusivamente para Chile, Colômbia e Peru. Cerca de 80% do investimento dos projetos será em equipamentos e haverá forte sinergia na parte administrativa, por conta do núcleo Latam. Já é o terceiro projeto da Alupar no Chile, que também tem atuado no Peru e Colômbia. A mão de obra deverá ser local.
Assim como no Brasil, a transmissão também vem se destacando na América Latina. O executivo também vê o mercado latino aquecido, mas com uma dinâmica diferente da apresentada por aqui. Na região, são poucos players e os leilões movimentam menos investimentos, enquanto no Brasil há um número maior de competidores, com leilões mais pujantes.
A transmissão na AL também apresenta os seus desafios e complexidades. Um dos projetos em andamento da Alupar atravessa as duas cordilheiras da Colômbia. São 235 quilômetros de LTs e em determinados locais a altitude e o transporte para acesso são complicadores, sendo feito apenas por teleféricos ou animais, como mulas. “É uma linha extremamente complexa de construção”, aponta. Os projetos arrematados no Chile são de subestações, considerados de pouca complexidade.