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A aprovação de projetos da chamada pauta verde, que engloba o PL da eólica offshore, da criação do mercado de carbono e do marco legal do hidrogênio verde são necessários para que o Brasil possa avançar na transição energética. Para a presidente executiva da ABEEólica, Élbia Gannoum, apesar do cenário desafiador que a indústria eólica passa no atual momento, há mais oportunidades do que desafios no país.
Em sua análise, há espaço para o crescimento da descarbonização apesar do momento que o segmento vive de preços baixo e que inviabilizam financeiramente novos projetos. Ela alertou que o Brasil precisa olhar para quais serão as condições que serão colocadas para que o mercado aproveite o momento.
“Precisamos direcionar as políticas para que o Brasil coloque velocidade nessa trajetória. Olhando para o que foi feito em outros países nós não temos condições de copiar o que foi feito em outros países que concederam subsídios, mas há ações que devem estar voltadas para o estabelecimento de uma política industrial que aproveite essa oportunidade para crescimento e desenvolvimento. Devemos levar em consideração as especificidades”, defendeu a executiva durante painel que tratou da integração tecnológica das energias eólica e solar no Citer, evento realizado em Teresina (PI).
O CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, lembrou que enquanto o mercado de carbono for voluntário continuará a ter o tamanho atual com preços que são muito baixos. Para ele, quando o mercado for mandatório como na Europa ou Estados Unidos é que o Brasil deverá ter capacidade de incentivas projetos novos. Outra questão que o executivo da EDP defendeu no painel é haver uma maior equilíbrio no mercado de GD que vem tendo expansão exponencial e que isso tem impedido a viabilização de novos projetos por reduzir a expansão da demanda por energia no mercado e a distribuidoras a não declararem necessidade de compra em leilões regulados.
“Sou favorável ainda à liberalização do mercado de energia, esse tema cria os incentivos monetários que viabilizarão novos projetos, inclusive com armazenamento, seja ele em baterias ou por meio de UHE reversíveis”, destacou.
Élbia, da ABEEólica, lembrou que o país ainda não precisou investir em baterias, mas reforçou que quando discutimos transição energética e aumento da presença das renováveis na matriz o segredo é a diversificação e a integração dessas fontes na transmissão de energia.
“O segredo da transição energética é investir em linhas de transmissão. Temos uma experiência positiva, houve a revisão de planejamento após leilões vazios e parques prontos mas sem a conexão pronta no passado. Hoje não temos mais esse problema. O Brasil possui vantagens de energias renováveis e a sazonalidade que permite a otimização das renováveis ao longo do ano”, desatacou a executiva da ABEEólica.
Além disso, Élbia ainda citou que, de acordo com dados da EPE, as baterias já se mostram competitivas entre 2028 e 2030. Então, o MME deverá estudar a inserção de baterias no sistema via mecanismos de contratação e assim resolver essa característica de variabilidade da produção promovendo segurança no sistema.
Darlan Santos, diretor presidente do CERNE, entidade presidida no passado por Jean Paul Prates, lembrou que a discussão sobre intermitência das renováveis vai diminuir progressivamente ao passo que a complementaridade das fontes for sendo cada vez mais presente ao passo que avança a interligação das diferentes regiões do país.
*O repórter viajou a convite da organização do evento