A Eletrobras fechou acordo com a Âmbar Energia para a venda de seus últimos ativos termelétricos em operação. O negócio prevê o pagamento de até R$ 4,7 bilhões pelos 13 ativos térmicos envolvidos e que somam pouco mais de 2 GW de capacidade instalada. Assim a ex-estatal deixa o negócio de geração térmica a combustíveis fósseis, mantendo apenas a termonuclear em seu portfólio. A venda faz parte do planejamento estratégico e também como forma de acelerar a migração para uma matriz de geração de energia 100% renovável.
O processo de venda começou um ano atrás, em julho do ano passado. O prazo médio de contratação é de cerca de 2 anos (UTE Santa Cruz) e de cerca de 6 anos quando as usinas são da Eletronorte. A maior das usinas é a UTE Mauá III com 600 MW. O portfólio será transferido sem nenhuma dívida ou caixa. Em termos de contribuição para resultado consolidado, os ativos registraram em 2023 uma receita liquida de R$ 2,4 bilhões e ebitda de R$ 1,1 bilhão.
A operação conta ainda com a hipótese de uma operação subsequente envolvendo transferência do controle da distribuidora Amazonas Energia, contraparte dos contratos de energia dos ativos termelétricos, a Eletrobras cederá a totalidade dos créditos contra a distribuidora para a Âmbar. Em contrapartida, a companhia terá uma opção de compra possibilitando a captura do benefício econômico fruto da recuperação operacional e financeira da distribuidora.
A Eletrobras aponta em comunicado que desta forma abre caminho para recuperação destes créditos, hoje considerados inexequíveis (100% provisionados no balanço da companhia), ao se beneficiar através de uma opção do valor a ser gerado de uma potencial recuperação operacional e financeira da distribuidora no futuro. A Âmbar assume imediatamente o risco de crédito dos contratos de energia.
Em complemento ao fato relevante divulgado em 8 de setembro de 2023, as partes concordaram em aditar a opção de compra referente ao complexo eólico Baleia. Parte do pagamento pelas térmicas depende de condições contratuais específicas e a conclusão da operação também depende de anuências usuais de mercado.
A Âmbar, que vem investindo em usinas térmicas, anunciou a aquisição da UEGA, junto à Copel e outras usinas como a UTE Cuiabá e ainda a UTE Uruguaiana.