A Eletrobras e o Cepel inauguraram nessa segunda-feira, 10 de junho, o Espaço Near Zero Energy Building (NZEB), uma construção sustentável que servirá de modelo para aplicação de novas tecnologias de eficiência energética e geração renovável no Brasil. O conceito aplicado alcança um balanço anual energético próximo a zero, com o projeto tendo sido vencedor de uma Chamada Pública do Procel em 2020.
As empresas classificam a iniciativa como um marco significativo no avanço da pesquisa e desenvolvimento de construções de baixo consumo energético no Brasil. A ideia é que o projeto funcione como um piloto para o futuro da construção civil, integrando tecnologias inovadoras para alcançar a eficientização junto a geração distribuída solar. Nesse caso a casa com painéis numa produção estimada de 18 MWh por ano, além de equipamentos heliotérmicos.
Localizado nas instalações do Cepel na Ilha do Fundão (RJ), o Espaço foi projetado para demonstração de soluções práticas e viáveis para alcançar o equilíbrio entre consumo e geração de energia. O investimento total no projeto é de aproximadamente R$ 2,4 milhões, sendo R$ 1 milhão aplicado pelo Procel.
Entre as características estão soluções de arquitetura bioclimática como brises, espelho d’água, parede e telhado verdes, com a função de redução da radiação térmica para o interior da edificação, proporcionando menor necessidade de uso de condicionadores de ar, sistemas de iluminação LED, eletrodomésticos eficientes e sistemas de climatização inteligentes.
O local também conta com um banco de baterias para armazenamento de energia, assim como um sistema de monitoramento das variáveis ambientais internas e externas, grandezas elétricas, consumo e geração, permitindo a avaliação da carga típica diária, mensal, anual e conforme as estações do ano. Os primeiros dados mostram cerca de 40% de geração positiva de energia vinda dos painéis fotovoltaicos.
“Desafio é fazer com que as coisas aconteçam”, disse o vice-presidente executivo de Tecnologia e Inovação da Eletrobras, Juliano Dantas, citando a questão educacional com a formalização de uma disciplina específica para o assunto, além do desenvolvimento de provedores desse mercado, com os consumidores estando no centro das soluções.
Questionado sobre a possibilidade, guardadas as proporções, de aplicar o conceito do projeto no programa Minha Casa Minha Vida, o secretário do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, disse que é preciso uma avaliação mais criteriosa para entender se o custo final para o consumidor fará sentido com relação à energia zero.
“Certamente essa experiência vai contribuir para o programa (MCMV) como para qualquer nova edificação no país, seja na estratégia construtiva dos materiais, no desenho da arquitetura ou no nível de equipamentos para eficiência e geração de energia”, disse o executivo à Agência CanalEnergia ao final do evento de inauguração.