O diretor-presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), que controla a Eletronuclear, Luis Fernando Paroli, disse que o relatório sobre a definição da tarifa de Angra 3 será entregue nessa semana pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e submetido ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em setembro.

“Me parece que esse é um assunto que está muito mais palatável dentro do governo, com as possibilidades de diminuição de tarifa que nós colocamos”, afirmou o executivo após um evento promovido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) nesta segunda-feira, 10 de junho, no Rio de Janeiro. As obras envolvendo a central nuclear se arrastam desde os anos 1980, com as denúncias de corrupção tendo paralisado os trabalhos em 2016.

Questionado se a tarifa já tem um valor fechado, Paroli ressaltou a indefinição sobre esse ponto, ponderando que todos os agentes e fornecedores terão que se “esforçar um pouquinho”. E que a aprovação na Comissão de Minas e Energia sobre o Reidi será um facilitador, com as principais discussões recaindo nos impostos, juros dos bancos e retorno dos acionistas.

“Talvez a gente possa também dar uma contribuição em função daquilo que foi definido no passado, com uma taxa de juros muito maior do que é atualmente”, complementa. O valor é definido com base na receita fixa dos ativos para cobrir despesas como combustível, transporte, descomissionamento e encargos setoriais. Há também um segundo relatório do orçamento da usina que o BNDES irá entregar para depois ser analisado pelo CNPE e pela Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE).