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A Petrobras irá direcionar 11% dos investimentos médios de seu planejamento estratégico até 2028 em projetos de baixo carbono. A revelação foi feita pelo diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Maurício Tolmasquim, durante o Energy Summit, evento organizado pelo MIT Reap Rio e que vai até amanhã na capital fluminense. Lutamos muito para o plano estratégico considerar transição energética, angariando US$ 11,5 bilhões de dólares em cinco anos”, disse o executivo em sua fala inicial.

Para Tolmasquim, o país vive um momento histórico em termos de possibilidade de desenvolvimento, vendo um potencial enorme para a neoindustrialização alavancada pelas fontes renováveis, com potenciais de aerogeradores onshore e offshore acima de 700 GW cada, assim como a solar, cuja capacidade instalada atual poderá ser elevada em 100 vezes.

“Temos muitos projetos mas não tem mercado. Isso não é uma crise e sim uma baita oportunidade. Falta só demanda por eletricidade, o que é fundamental para descarbonização”, comentou o diretor. Entre projetos que estão avançando na empresa, ele destaca conversas com o setor siderúrgico e a ideia de formalizar um Hub para vender um serviço de captura e armazenamento de carbono, o que está sendo avaliado no Rio de Janeiro, São Paulo ou Espírito Santo.

Outro representante da petroleira no evento citou ainda três perspectivas da companhia com relação ao processo de transição energética. A primeira é a reposição das reservas petrolíferas, principalmente até 2030, com conhecimento geológico das novas bacias, como a margem equatorial. A segunda, a descarbonização de processos rumo ao NetZero 2050. E a última, a inclusão das fontes eólica, solar e hidrogênio branco e verde, além do biorefino e produtos não carburantes com valor agregado.

Energisa vê oportunidade para CO2 em dutos

Também integrante da segunda mesa do Energy Summit, o CEO da Energisa, Ricardo Botelho, salientou que a companhia vem conversando com a Petrobras para eventualmente participar do mercado de captura e armazenamento de carbono, mais especificamente na parte de transporte do gás carbônico para campos deplecionados, por meio de dutos que a empresa já possui ou poderá construir.

“As empresas de distribuição de gás poderão ter outros serviços que virão com a transição energética, como o CCUS”, ressalta o executivo, destacando que esse serviço poderá começar nas cinco distribuidoras do insumo que o grupo anunciou operação no Nordeste recentemente. Outra ideia que deve avançar na Energisa é com relação ao beneficiamento de resíduos vindos agronegócio para formação de biogás e biometano.