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A modernização do setor elétrico aponta para revisão do modelo estrutural e comercial, o que não acontece desde 2004. Assim começou o painel de segurança eletroenergética na tarde do primeiro dia do Enase, que acontece até amanhã no Rio de Janeiro. Entre as principais considerações estão a retomada dos projetos hidroelétricos, envolvendo as conceituações dos requisitos de flexibilidade, confiabilidade e as formas de contratação e remuneração.

“O governo tinha que criar um leilão estrutural só de hidrelétrica e deixar para o mercado os serviços ancilares, pois quando começa a se regular preço ninguém vai entrar”, opinou o presidente da Abraget, Xisto Vieira.

O executivo ressaltou ser preciso pensar em um modelo que garanta a valorização de cada fonte na matriz, citando que até as UTEs a óleo tem seu papel importante por sua característica de partida rápido, num uso mínimo até que outras usinas mais ambientalmente amigáveis iniciem de fato a geração. “Se precisa de mais flexibilidade é preciso saber onde e por quê? De confiabilidade eu sei que precisamos, pois uma derrubada no Nordeste cai o país inteiro”, acrescenta.

Sobre esse ponto, Vieira destaca uma certa ilusão de parte do mercado com a inclusão de baterias no próximo leilão de capacidade, que deve acontecer em setembro. “Quanto tempo de estudo e simulações tivemos para colocar baterias de imediato num leilão? Nada. Nem de estabilidade, integração de controladores, inversores, segurança eletromagnética, entre outros pontos”, argumenta.

De acordo com o especialista, uma das grandes limitações da bateria na confiabilidade é o nível de corrente máxima que os inversores conseguem suportar. Enquanto nesses sistemas o nível de sobrecarga varia de 20% a 70%, em uma máquina síncrona esse valor sobe para 600%. “Não dá para comparar ainda. “A bateria eu colocaria num leilão de novas tecnologias, jamais num de confiabilidade”, pontua.

Leilões e formação do mercado de serviços ancilares estiveram no centro das discussões em painel do Enase

Já a presidente da Abrapch, Alessandra Torres pontuou em sua fala que quem fornece intermitência ao sistema, como solar e eólica, deveria arcar com os custos das baterias para a rede. E que nos últimos anos foram colocados nos mesmos certames tecnologias com papéis diferentes, numa competição desleal.

“O modelo que observa apenas o menor preço tem que ser discutido. Contratamos no passado as fontes mais baratas e estamos com as tarifas altas”, pondera, afirmando que as PCHs não são concorrentes e sim complementares a outras usinas, no que ela classifica como falta de isonomia entre as renováveis. Na visão da dirigente o sistema elétrico precisa de UHEs de todos os portes, mas enquanto as grandes não saem do papel a ideia plausível é que se concretizem as pequenas.

Um paradoxo colocado é sobre o futuro dos leilões de energia nova, acreditando na repotenciação hidráulica e com novos reservatórios, com o mercado necessitando também em precificar os atributos das fontes e criar os mercados específicos para os serviços de regulação de potência. “A pergunta é qual vai ser a conta mais cara, fazer novos reservatórios e enfrentar questões ambientais ou pagar a conta de não fazê-los”, comenta.

Entre mais destaques da participação da presidente da Abrapch, ela ressalta que um problema futuro pode ser a despachabilidade do sistema. Levando em conta 80 GW médios em operação, o Operador Nacional do Sistema Elétrico possui menos da metade desse controle, o que é preocupante. “Em 2028 o ONS pode perder a controlabilidade do sistema, com intermitentes ou com firmas, sendo importante reestruturar o setor para nossa segurança”, aponta.

Por sua vez, a diretora da Abrage, Camila Fernandes, chamou a atenção para as UHEs com rampas diárias de 40 GW e que não vem sendo adequadamente remuneradas, lembrando que a EPE está avançando para quantificação da flexibilidade para depois o desafio de como contratar. “Vai faltar recursos que atendam a todos os requisitos do sistema que tem ficado cada vez mais complexos com as rampas e o liga e desliga das máquinas”, indica.

Segundo a executiva, as hidrelétricas de médio e grande porte admitem um potencial de 11 GW em repotenciação e mais 7 GW em poços ociosos nas usinas, que estão sendo desligadas cada vez mais de forma frequente e prioritária pelo Operador sem uma regulação de constrained-off.