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A N5X inicia nesta quinta-feira, 20 de junho, a operação no mercado de energia brasileiro. Após cerca de oito meses desde que foi oficialmente lançada, em outubro de 2023, a companhia começa a registar as primeiras boletas. A atividade da empresa começa com mais de 160 empresas registradas. Essa é – como a CEO Dri Barbosa define – a primeira de três ondas que estão no roadmap da empresa no caminho a se tornar a bolsa de energia que se propõe.

Essa primeira fase permitirá a compra e venda de energia no mercado livre, por meio da boleta. A executiva contou em entrevista à Agência CanalEnergia que entre as inovações que a N5X traz está a possibilidade de o agente, na própria plataforma especificar detalhes específicos de negociação com a sua contraparte. Antes, diz a CEO, havia a necessidade de realizar aditamentos aos contratos e que isso demorava muito mais tempo.

“Essa solução agiliza a negociação para as empresas, um agente me disse que entre idas e vindas esses aditamentos poderiam levar até 45 dias”, comenta.

A N5X está de olho em um primeiro momento no mercado físico, que é a principal característica do setor elétrico brasileiro. Tanto que a executiva lembra que o mercado bilateral no país é verificado em 71% das transações que ocorrem no mercado livre de energia. Nesta primeira fase, a formalização das negociações de compra e venda de energia será realizada por meio da Boleta N5X, seja ela simplificada ou personalizada.

Tivemos mais de 70 interações com agentes de mercado e dessas conversas verificamos que lançar derivativos sem a contraparte central não fazia sentido, então passamos de 4 para 3 ondas de impelmentação.
Dri Barbosa, da N5X

Dri Barbosa explica que a plataforma foi desenvolvida com base na escuta ativa com os agentes. Ela contabiliza mais de 70 encontros com empresas do setor desde que a empresa foi apresentada ao mercado. Tanto que dessas interações, confidencia ela, a empresa ajustou a rota de implementação de ondas, reduzindo em uma fase até chegar ao planejamento atual.

“A implementação de mecanismos de derivativos de energia viria em um momento anterior à contraparte central, mas verificamos com os agentes que não fazia sentido, pois o risco de crédito continuava sem a contraparte central. Então a terceira onda será a de lançamento de derivativos com essa contraparte central, estamos nos preparando para as primeiras conversas sobre essa fase que passa por CVM e pelo Banco Central”, diz a executiva.

A CEO diz essa terceira onda é uma jornada regulatória. Revela que já tiveram as primeiras reuniões para  desenhar esse processo mais formalmente. Contudo, serão necessários, no mínimo, dois anos para estarem aptos a ser um balcão organizado de negociação de energia em bolsa.

Nesse momento a companhia promete entregar uma estrutura otimizada que adere à realidade das negociações atuais. Além da digitalização do processo, a N5X permite o cadastro ilimitado de usuários na plataforma, integração com os principais ETRMs do mercado e plataformas proprietárias sem cobrança adicional. Outra característica é permitir o uso de aplicativos de mensagem whatsapp para comunicação entre os agentes. Houve uma fase de pré-lançamento há cerca de 15 dias onde a empresa convidou 15 clientes para utilizarem o ambiente da N5X.

A meta da companhia é ambiciosa, desde que foi lançada, sinaliza que busca trazer mais segurança, transparência e agilidade para as negociações bilaterais de contratos de compra de energia com entrega física. “Nossa meta é aumentar o giro atual do mercado de 4,27 vezes em 2022 para 10 vezes nos próximos anos”, reforça a executiva.

Segundo ela, o lançamento da plataforma é o primeiro passo em direção ao avanço do desenho de mercado de trading de energia brasileiro proposto pela N5X. Destaca a operação com nível internacional alinhada à expertise de infraestrutura local. E afirma que a partir da abertura do mercado livre de energia e, consequentemente, com uma competição mais ampla, acredita que o nível de serviços, inovação e volume de negociações irá evoluir significativamente.

Outra possibilidade que a executiva sublinha é a introdução de novas interfaces de negociação no futuro, como RFQ (“Request for Quotation”), um processo operado manualmente por grandes geradores e grandes consumidores. A iniciativa, além de automatizar o processo, amplia as regras de compliance.

Quem pode usar a plataforma da N5X

A N5X é uma plataforma destinada a empresas participantes do mercado de energia, incluindo grandes geradores, grandes consumidores, instituições financeiras e comercializadoras, habilitadas na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) para operar no mercado livre de energia. Entre as empresas já cadastradas estão Casa dos Ventos, Copel, Raízen, Danske e Assaí Atacadista.

Para usar a plataforma N5X, as empresas elegíveis devem se cadastrar através do link, aceitar os termos de uso e a política de privacidade e serem aprovadas pela N5X empresa base nas informações fornecidas e na documentação comprobatória das condições.

 Nesse período de lançamento a N5X prevê condições especiais de adesão. Segundo a companhia, empresas que se cadastrem até o mês de julho têm direito a descontos regressivos de 50% a 25% na mensalidade de acesso e na taxa da Boleta até março de 2025. Para ter direito aos descontos, é necessário ter o cadastro aprovado pela N5X até as datas da campanha.