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O desafio da criação da demanda por energia foi destacado pelo CEO da Cemig, Reynaldo Passanezi, no Fórum de CEOs do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, realizado nesta quinta-feira, 20 de junho, no Rio de Janeiro (RJ). De acordo com o executivo, o consumo do país tem orbitado em um patamar de estabilidade, o que inviabiliza atração de mais investimentos “Vivemos um ‘rouba mote’. Temos que atrair demanda”, aponta.
Segundo o executivo, essa demanda pode vir por conta de Data Centers, que se desenha como um mercado intensivo em energia, turbinado pelo uso de inteligência artificial. Passanezi salientou ainda para o público do Enase a grandeza dos investimentos globais que vem sendo feitos, todos na casa dos trilhões de dólares, chegando a superar o Produto Interno do Brasil, assim como a capacidade renovável anula, que supera a de muitos países. Segundo ele, esses investimentos já subiram de patamar. “Deixou de ser um investimento alternativo, é mainstream”, avisa.
Apesar da fala de ontem no Enase da diretora da Aneel, Agnes Costa, com relação a diminuição do tamanho dos próximos leilões de transmissão, o CEO da Evoltz, Ricardo Cyrino, vê o segmento crescendo ainda mais no longo prazo para acomodar as diferentes fontes e também na questão de como adaptar com mais resiliência a rede elétrica.
“Precisamos buscar um entendimento holístico para o setor e não cada agente querendo se sobressair, entendendo se o consumidor está disposto a pagar para ter mais resiliência, e qual será o balanço e retorno”, disse o executivo durante painel no Enase 2024, citando que na tragédia gaúcha a companhia mantém sobre monitoramento três torres de transmissões que foram afetadas pelas enchentes e inundações.
A CEO da N5X, Dri Barbosa, ressaltou que o nível de liquidez no mercado livre brasileiro é de aproximadamente 4,27 vezes, enquanto na experiência de outros países esse número aumenta em dez vezes ou mais, vendo oportunidade para amadurecer e desenvolver o ambiente do atacado. “Hoje o mercado brasileiro é de risco de crédito, com grandes geradores descontratadas colocando sua energia no ACL e tendo dificuldades por essa limitação”, aponta.
Outro dado que a executiva trouxe é de que na Europa, o mercado digital é 7 vezes o tamanho do mercado físico, numa oportunidade grande para evoluir com os desenhos de mercado rumo ao processo de plena liberalização.
Para Daniela Alcara, CEO da Stima Energia, a abertura total do mercado já é vista com certeza pela maioria das empresas. “Vejo com muita força que a abertura continue e vá para a baixa tensão”, afirma. De acordo com ela, o cenário de PLD baixo viabilizou a migração e o consumidor começou a se sentir empoderado.
Segundo ela, também haverá um questionamento sobre como as distribuidoras irão se posicionar do ponto de vista do serviço. O marketing também deverá aparecer com força no setor elétrico. Outro ponto levantado pela executiva no painel é a garantia que o ambiente de competição seja justo. “Garantir a concorrência é importante. Como a Aneel está fazendo para garantir a igualdade”, avisa.