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Apesar da falta de estabilidade política e a insegurança institucional ser bastante forte na América Latina, especialistas acreditam que é preciso olhar para o futuro no longo prazo para garantir a integração energética na região. Para o pesquisador sênior do GESEL/UFRJ, Rubens Rosental, é preciso ter essa perspectiva do longo prazo. “Acho que esse processo de articulação e propor acordos que sejam sustentados é fundamental”, disse.
Ele ainda destacou que em termos de financiamento existem determinadas regras. “Agora é claro que fica mais difícil quando você vai negociar em situações onde há uma forte instabilidade, então isso vai exigir determinadas tratativas e legislações para dar um mínimo de segurança”, destacou o executivo durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase) realizado nesta quinta-feira, 20 de junho, no Rio de Janeiro.
Já a diretora executiva da Adelat, Alessandra Amaral, destacou que realmente é preciso trabalhar no plano estratégico de longo prazo. “Na verdade, o que a gente observa com todos os eventos que vêm acontecendo, eventos climáticos extremos, sobretudo relacionados ao clima, é que as pessoas estão se preocupando cada vez mais com o longo prazo. E com esse mote a gente pode vencer os problemas institucionais de curto prazo e até fortalecer as instituições. Porque elas existem justamente para amparar. Eu acho que, apesar dos problemas, as instabilidades, elas não acontecem só na América Latina, é importante pontuar isso, mas acontecem a nível mundial, mas elas têm que ser superadas em prol de um objetivo maior de longo prazo que vai beneficiar todos”, explicou.
A executiva ainda afirmou que as crises climáticas e os eventos extremos contribuíram para o consumidor ficar cada vez mais ativo e exigente. “E isso é um convite aos elos da cadeia do setor elétrico a se reinventar”, ressaltou.
Por outro lado, o líder do Comitê Técnico Mundial (CIGRE), Márcio Szechtman, acredita que os financiamentos não vão ser o problema para a integração energética. “Precisamos continuar com esse discurso de que a gente tem que melhorar nossa maturidade institucional e saber que as transações energéticas físicas entre países é uma forma de cooperação, uma forma de pacificação entre as nações”, disse. Ele ainda citou o exemplo da Europa, onde “existe governo de direita que entra em alguns países de esquerda e por ai vai e continua a mesma plataforma madura de uma interligação elétrica e energética regional em nível bastante acentuado”, destacou.