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A agência de classificação de risco Fitch Ratings entende que o Plano de Recuperação Judicial (PRJ) da Light permitirá à companhia reduzir sua alavancagem líquida para entre 1,5 vez e 3,5 vezes ao longo de 2024-2027, dependendo dos novos limites para perdas de energia e do volume de investimentos. O plano da Light foi homologado pela Justiça em 18 de junho, seguindo a aprovação dos credores em 29 de maio. Inclui um aporte de capital de R$ 1 bilhão em caixa pelos acionistas de referência, e conversão de R$ 2,2 bilhões de dívida em ações.

A Fitch estima que a alavancagem líquida do grupo fique em torno de 2,9 vezes em 2024-2027, ante a 6,5 vezes em março de 2024. As principais premissas para a Light Serviços de Eletricidade neste cenário incluem investimentos anuais em torno de R$ 1,3 bilhão, perdas regulatórias em torno de 41% de seu mercado de referência e nenhum crescimento significativo de mercado.

A agência entende que as perdas regulatórias são a variável mais importante, com o cenário base considerando alguma flexibilização em relação aos níveis atuais, em torno de 38%. A Fitch não espera significativa redução nas perdas efetivas, atualmente em torno de 65%. Caso a Aneel aceite a proposta da Light Sesa, com novos limites em torno de 47%, essa alteração, sozinha, poderia reduzir a alavancagem líquida do grupo para cerca de 2,2 vezes no mesmo período. As projeções abarcam a dívida off-balance de R$ 700 milhões relacionada a garantias prestadas a empresas não consolidadas, no caso a Norte Energia.

Metas mais rígidas de qualidade de serviço deverão pressionar os investimentos da Light Sesa, aponta a Fitch. Ainda que a concessionária apresente, em média, bons indicadores de qualidade, precisará melhorar a uniformização de suas métricas. No período de 12 meses encerrado em março de 2024, 60% dos 109 conjuntos da concessão não estavam em conformidade com os limites regulatórios.

A agência de risco acredita que os novos contratos de concessão estabelecerão meta de 80% de enquadramento dos conjuntos até 2026, o que exigirá maiores investimentos e custos operacionais. O não cumprimento poderá levar à caducidade desses contratos.

Assim que a companhia concluir o processo de recuperação judicial, a Fitch revisará seus ratings com base na nova estrutura de capital, nas novas premissas de desempenho operacional e expectativas em termos de flexibilidade financeira. Dada a natureza de serviços públicos dos negócios, as operações do grupo não foram afetadas criticamente pela recuperação judicial, apesar dos cortes em custos e investimentos.