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A Élis, do Pátria Investimentos, inaugurou uma usina solar de 5 MW em Pontal do Araguaia (MT) nessa segunda-feira, 24 de junho. A unidade vai produzir cerca de 10 GW ao ano e servirá para a mineira Evolua Energia utilizar os créditos da produção de energia elétrica para abastecer associações de clientes que irá constituir no Mato Grosso. “São quase R$ 250 milhões que vamos investir, mobilizando 250 pessoas para implantação e depois a operação e manutenção dessas usinas por 30 anos”, disse o presidente da companhia, Pierre-Yves Mourgue, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia.

O executivo, que havia falado com este repórter em maio do ano passado, atualizou as projeções de crescimento do negócio que começou no final de 2022. A meta de implementação aumentou de 200 MW para 300 MW até 2025. Atualmente são 34 MW operacionais e mais 69 MW em fase final de obra ou conexão. “Estamos para construir ainda mais, com vários projetos que estão chegando”, reforça.

Entre os contratos com parceiros relevantes, após a Evolua Energia, a Élis fechou acordos com a Safira, FIT Energia, do Santander, e mais recentemente com a Ultragaz na Bahia. A ideia é que os agentes utilizem os créditos para montar associações de consumo utilizando o sistema de compensação. Ano passado, a empresa abriu um escritório na Vila Olímpia, em São Paulo, que conta atualmente com cerca de 70 colaboradores.

Sobre a operação e manutenção dos ativos, Mourgue ressalta um mix de atendimento com equipe própria para cuidar também de questões como faturamento e eficiência, com capacidade de intervenção, além de soluções de terceiros para monitoramento. “É um time que vai incluir de dois a três técnicos capazes de ir ao campo, porque nada melhor do que o olho do proprietário para poder verificar se está tudo em ordem”, salienta. Já a segurança patrimonial, bem como a O&M eletromecânica e todas as operações de limpeza são realizadas com parceiros regionais.

Usina de 5 MW entregue em Pontal do Araguaia é uma das 11 que a empresa irá implementar nesse ano no Mato Grosso (Élis)

Distribuidoras x GD

A inauguração de hoje contou com a presença de representantes da Energisa, fato tido como muito importante para Mourgue no quesito de estreitamento da relação com as concessionárias responsáveis pela conexão dos novos ativos à rede. Ele reconhece as dificuldades de organização e logística, e conta que há mais de um ano tem se deslocado com frequência para tratar pessoalmente com as diretorias das distribuidoras do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Piauí.

“Não detecto uma má vontade caracterizada, mas sou capaz de me colocar no lugar das concessionárias, que além das conexões diárias, lidam com cronogramas de implantação muito apertados e que podem sofrer atrasos”, comenta o presidente, citando exemplos como dificuldades na autorização de travessia de uma estrada ou prazos maiores para obtenção de alguns equipamentos, especialmente nas adequações de subestações, como trocar um transformador.

GD2

Sobre a fala do presidente da Apine, Guilherme Velho, no Enase 2024, em que apresentou uma tese de abertura progressiva do mercado livre até 2027, o que faria a GD2 passar a competir com a geração centralizada a partir de 2028, Pierre-Yves Mourgue tem uma visão semelhante, entendendo que a GD1 irá permear e endereçar cerca de 10% do mercado, com a abertura do ambiente livre completando esse quadro. Mas para delinear a equação de equilíbrio econômico para a GD2, fora da janela regulatória de benefícios, ainda não é possível fazer uma conta plausível pelo viés de termos realísticos da empresa quanto ao Capex dos projetos.

“Não vemos a possibilidade da GD2 funcionar, mesmo com a queda recente de preço dos módulos ou com fato de que provavelmente a implantação, como vai ter menos trabalho, terá também preços mais baixos”, analisa, citando ainda o dólar atingindo patamares acima de R$ 5,40. “Tem gente que vai conseguir ou que vai fazer esse tipo de investimento, mas por enquanto não sou capaz de imaginar a GD2 decolando para nós”, aponta o executivo.

Quanto a avaliação para entrada em projetos envolvendo autoprodução, eficiência energética e novas tecnologias como baterias e empreendimentos híbridos associados a outras fontes, o presidente da Élis afirma que esses tipos de iniciativas ainda estão em análise, com a companhia centrando todo seu foco e engajamento na fase máxima de implantação de seus projetos. “Estamos sempre olhando e projetando daqui para frente, mas não temos nada de concreto hoje”, finaliza Mourgue.