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Apesar do cenário atual de sobreoferta de energia, com muitos projetos e pouco consumo, o diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, trabalha com uma projeção de que o mercado de energia elétrica triplique nos próximos 15 anos em termos de demanda. “Estamos muito contaminados pelo curto prazo, mas é preciso olhar mais a frente”, disse o executivo durante abertura do XVIII Fórum IBEF-Rio Óleo, Gás & Energia 2024, que acontece nessa sexta-feira, 28 de junho, no Rio de Janeiro.

Além da descarbonização dos diferentes escopos e setores da economia, Tolmasquim destacou o advento do hidrogênio renovável e que sua formação depende em cerca de 70% de energia elétrica, citando que um estudo da Bloomberg traz o Brasil como país que terá o custo mais em conta para o H2 verde. “Ficaria muito barato aqui, pois seria energia de autoprodução e não da rede”, indica, afirmando ser esse um caminho muito interessante para a petroleira e maior produtora e consumidora de hidrogênio cinza do país.

O especialista também informou que para companhia realizar toda a substituição atual da molécula cinza para o H2V seria preciso 5 GW de capacidade, o que já foi incluído em seu plano estratégico para os próximos cinco anos, entre parques eólicos e solares. “Brasil tem 75 GW em projetos de hidrogênio verde, mas sabemos que grande parte são estudos que não vão sair do papel”, complementa.

Demanda por petróleo

Responsáveis por 10% do PIB brasileiro, a área de petróleo e gás ainda seguirá aquecida nas próximas décadas na visão de Tolmasquim, fato que ele corrobora pelas projeções da Agência Internacional de Energia que mostram três diferentes panoramas para o óleo até 2050. “O mundo vai precisar ainda de petróleo, por isso é importante a Petrobras repor suas reservas que vão declinar a partir de 2030”, comenta.

O primeiro cenário aponta para 90 a 100 milhões de barris em 2050, mesmo patamar atual; o segundo considera o cumprimento global das metas do Acordo de Paris, chegando a 57 milhões de barris, numa redução de aproximadamente 40%; e o terceiro a queda é ainda mais expressiva, de mais de 75%, sendo a perspectiva menos provável na avaliação do diretor da Petrobras. “O mais provável é ficar numa linha entre esses dois primeiros cenários, entre 57 milhões e 90 milhões de barris em 2050”, afirma o executivo.

CCUS

Na parte promissora de captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês), a empresa quer dobrar as 80 milhões de toneladas de CO2 capturadas atualmente, através da entrada de sete novas plataformas FPSOs que vão contar com tecnologia CCUS. A ideia é não capturar o poluente apenas nos poços de petróleo, mas em outras formações geológicas, como aquíferos hipersalinos. “Queremos capturar mais de 250 milhões de toneladas de CO2 por ano por 50 anos, cerca de cinco vezes o volume que emitimos por ano”, ressalta Tolmasquim.

Na avaliação do especialista, só terão espaço no futuro aquelas empresas que produzirem petróleo a custos competitivos e com baixo carbono. “Hoje ainda não há diferenciação mas isso vai mudar no futuro, quando começarem as penalizações por maiores emissões”, lembra. Ele finalizou sua apresentação destacando ainda um projeto piloto que está começando no Rio de Janeiro, para capturar 100 mil toneladas por ano e ver se a iniciativa se comprova para formação de um hub de CCUS em São Paulo, RJ ou Espírito Santo.