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Representantes da indústria brasileira participaram de reunião com o governo boliviano nesta segunda-feira, 8 de julho, para negociar a compra direta de gás natural do país vizinho. A negociação liderada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prevê a entrega, a partir de outubro, de cerca de 6 milhões de metros cúbicos/dia de gás, dos quais 4 mi/m³ da Bolívia e outros 2 mi/m³ da Argentina, passando pela Bolívia até chegar ao Brasil.

De acordo com o ministério, a expectativa é de que o custo da importação possa ter redução em torno de 40% em relação ao valor praticado pela Petrobras. A compra direta do produto boliviano da estatal YPFB é uma reivindicação de grandes indústrias desde a década de 1990. Até agora, a transação era feita pela Petrobras.

A comitiva brasileira teve a participação de representantes de Abrace (grandes consumidores industriais de energia e consumidores livre), Abividro (indústria do vidro), Abiquim (industria química), Abceram (indústria da cerâmica) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Pelo lado boliviano, participaram o ministro dos Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Franklin Molina Ortiz, e o presidente da estatal que administra o gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol),

Silveira classificou o encontro em Santa Cruz de La Sierra como uma reunião histórica, na qual o governo brasileiro estabeleceu um link entre a indústria nacional e a empresa boliviana, para eliminar a intermediação, diminuir o preço do gás e aumentar a competitividade industrial.

A negociação, segundo o ministro, é uma das ações do Programa Gás Para Empregar, que prevê o melhor aproveitamento do insumo com a finalidade de reindustrializar o Brasil. Há uma estimativa de que setores industriais operam com ociosidade de 30% devido aos custos elevados dos insumos.

Em uma rede social da Abrace Energia, o ministro reforçou que é preciso fortalecer a questão energética, com o aumento da oferta de energia elétrica e de gás para diminuir o preço desses insumos. “Estarmos aqui hoje na Bolívia dialogando e estabelecendo uma relação direta entre a grande indústria geradora de emprego e renda e a fornecedora de gás, a YPFB aqui e o governo boliviano, nos cria uma expectativa de que a curto prazo a gente possa aumentar a oferta do gás no Brasil e, consequentemente, melhorar os preços.”