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A potencial aquisição de seis usinas térmicas no Maranhão e Espírito Santo por meio da incorporação de ações do BTG Pactual na Tevisa, Povoação Energia, Gera Maranhão e Linhares Geradora, pode ajudar a fortalecer a competitividade da Eneva no leilão de capacidade que deve acontecer até o final do ano. A avaliação é do diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios, Marcelo Lopes, que destacou as sinergias operacionais, ganhos de eficiência e upsides adicionais de crescimento dos ativos num segundo ciclo de recontratação. Principalmente entre 148 MW das usinas que cujos contrato do PCS vencem em 2025 e que podem usufruir da estrutura existente do Hub Sergipe.

“Esse movimento que estamos fazendo nos coloca com mais força para participar do certame e atender parte da demanda que o setor precisa”, disse o executivo durante teleconferência ao final da manhã dessa terça-feira 16 de julho. Ele associou a referida demanda aos casos de planejamento da Empresa de Pesquisa Energética que já indicavam a necessidade de capacidade adicional a ser contratada mesmo com crescimento relativamente pequeno no consumo de energia no país.

Segundo Lopes, os casos envolvendo requisitos de potência e capacidade têm se configurado abaixo do que vem acontecendo na prática, ponderando que os picos em 2023 e 2024, mesmo em períodos de temperaturas mais baixas, levam a crer na necessidade de mais recursos desse tipo nos anos seguintes, maiores do que o estimado no último estudo da EPE.

A ideia da Eneva é que com a conclusão das combinações de negócios, aquisições das sociedades e do Follow-on, com todo fechamento previsto para acontecer até o fim do ano, a empresa otimize sua estrutura de capital e o balanço patrimonial, com redução substancial da alavancagem, indo agora para 3x dívida líquida/Ebitda, para depois passar a 2,6x com as atualizações nos projetos, o que pode envolver a substituição de geradores a diesel por gás natural.

Com base nas últimas demonstrações operacionais e financeiras, a efetivação da operação representaria 862 MW adicionais com fluxo de caixa robusto e previsível. A receita pro forma iria de R$ 10,5 bilhões para R$ 12,5 bilhões, o Ebitda de R$ 4,3 bilhões para R$ 6,1 bilhões, e o lucro líquido pressionado em R$ 200 milhões se somaria ao resultado de R$ 1,4 bilhões das novas corporações, totalizando R$ 1,6 bilhão.

A empresa ficaria com um pipeline de projetos de 3,3 GW distribuídos em três estados, com possibilidade de acesso a terminais de GNL, sendo cerca de 1,1 GW no Estado do Espírito Santo, com acesso a malha da TAG e possível suprimento de gás do Hub Sergipe para participação em novos leilões de geração. O único ativo envolvido que não tem 100% de participação do BTG Pactual é a Gera Maranhão. “A Servitec é o maior sócio e ainda estamos no processo de diligências, com o sócio ainda não engajado”, comentou o diretor-presidente da Eneva, Lino Cançado.

Adicionalmente, o BTG, que não poderá votar em assembleia, assumiu o compromisso de que a Eneva seja a plataforma de seus investimentos em participações societárias em ativos de geração de energia elétrica e gás natural no Brasil. Nos termos dos documentos celebrados, a condição é que ocorra a capitalização da companhia no Valor Base do Follow-on, no mínimo, além de outras condições usuais em operações dessa natureza. O escritório Rothschild & Co Brasil Ltda. foi contratado para assessoria financeira da operação.