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Após a última captação de investimento com o I Squared, a Órigo Energia trabalha em suas definições societárias e jurídicas para avançar com cerca de R$ 6 bilhões em caixa e entregar 2 GWp de fazendas solares até final de 2025. Segundo o Chief Business Officer da empresa, Rodolfo Molinari Filho, o aporte pode variar conforme as condições de mercado, vide preços dos equipamentos. Por outro lado, a meta é atingir entre 500 mil e 1 milhão de clientes na plataforma de desenvolvimento e operação.
“Conforme os projetos vão maturando e se concretizando, nosso foco recairá em complementar o recurso do acionista com aqueles de dívida”, pontua o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia, saudando a notícia recente sobre a regulamentação das debêntures de infraestrutura para geração distribuída.
A companhia começou em 2010 instalando painéis fotovoltaicos em telhados, para depois migrar para outros modelos, como agora na geração compartilhada. Atualmente são mais de 100 mil contrapartes entre cerca de 300 MWp e mais de 100 ativos operacionais em Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo, onde fica a sede. Devido ao grande volume e planos de expansão, a corporação ainda conta com nove escritórios e coworkings espalhados pelo país, sendo um deles e o centro de operações no Rio de Janeiro.
Molinari Filho: Desconhecimento do consumidor e interfaces entre agentes do setor são principais desafios da GD (Órigo)
Molinari Filho enxerga com bons olhos a alta competição na GD, já que significa que o segmento está ficando mais maduro, com diversas empresas buscando encontrar seu caminho. E que tal movimento difere de outros elos da cadeia do setor elétrico, muito mais concentrados por conta da própria característica dos investimentos em geração de grande porte, transmissão e distribuição.
“GD não tem monopólio, com participação pulverizada tanto do consumidor quanto das empresas, diferente de outros segmentos do setor, a não ser a comercialização, um pouco mais parecida”, comenta. Ele classifica a Órigo com foco em um modelo democrático, nem priorizando quem tem acesso à capital, nem aqueles que não tem acesso a nada, mas dando direitos e oportunidades iguais para o acesso à energia limpa em residências, comércios ou outros estabelecimentos.
De acordo com o dirigente, com a expansão almejada para mais de 20 estados, uma das frentes é difundir essa mensagem para aproximadamente 85 milhões de unidades consumidoras, algo não tão tradicional quanto ao setor de telefonia, com atuação há muito mais tempo. Outro desafio elencado são as interfaces dos agentes em um ambiente interligado e com todo ecossistema que demanda muita regulação de como atuar do ponto de vista técnico, comercial, o que vem evoluindo, com o último salto sendo o marco da lei 14.300.
“Lidamos com isso no relacionamento diário, não só com as escrituras, mas com todos os agentes que influenciam a construção de uma fazenda solar”, afirma, referindo-se a todo o procedimento para regularizar um terreno visando o licenciamento ambiental.
Open Energy
Enquanto aguarda maiores definições regulatórias para novas possibilidades de negócios e o desabrochar do ecossistema de inovação no Brasil, a Órigo tem estudado a concepção de soluções sob ponto de vista da demanda. A ideia é ter acesso, desde que com a ciência do consumidor final, aos dados de consumo atualmente mais circunscritos às distribuidoras para a formulação de novos produtos.
“É uma discussão interessante para fomentar o Open Energy, que seria ao final do dia uma analogia ao Open Finance para explorar de forma positiva dados de consumo, informações de comportamento e tudo relacionado”, conclui Molinari Filho, referindo-se ao futuro como cada vez mais dinâmico e exponencial. E que assim como a empresa foi pioneira na GD, também busca essa definição para novas soluções pertinentes aos consumidores brasileiros.