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A Livoltek, empresa que faz parte do grupo chinês Hexing, iniciou a operação da sua primeira fábrica de inversores fotovoltaicos no Brasil. Localizada na Zona Franca de Manaus, a meta da empresa com a planta é a de atender a demanda do mercado brasileiro e também latino-americano com os equipamentos. A produção entrará em ritmo comercial até o mês de outubro com a capacidade de produção anual de 1,8 GW, contudo, foi dimensionada para um volume de até 3 GW apenas com o aumento de turno.

O investimento feito pela empresa é de cerca de R$ 70 milhões. A operação da unidade será feita em três fases. A primeira é a da produção local de inversores string e híbridos, depois passa à fabricação de conjuntos de baterias destinados inicialmente a sistemas de menor porte até o mercado de comércio e indústria e a terceira fase visa a produção de carregadores para veículos elétricos, bem como a produção de motores para barcos elétricos, e assim, atender a um nicho de mercado regional.

Segundo Thiago Varanda, diretor comercial da empresa, cada fase deverá consumir de 60 a 90 dias, ou seja, até o pleno funcionamento das fases da planta serão pelo menos 180 dias.

O executivo disse que a meta da empresa é nacionalizar o máximo possível desses equipamentos. Contudo, nesse primeiro momento, os itens são todos importados. Com o passar do tempo a ideia é aumentar a rede de fornecimento local. Serão importados apenas as carrocerias e os chips – que não são fabricados no Brasil – e alguns outros componentes eletrônicos, mas as PCBs (do inglês Printed Circuit Board ou Placa de Circuito Impresso) serão produzidas na planta.

Varanda explicou que o fato de a empresa já estar no Brasil e ter unidades fabris de outros equipamentos ajudou na tomada de decisão por produzir localmente equipamentos que normalmente são importados da China.

Thiago Varanda: Meta é nacionalizar até 70% do equipamento e reduzir dependência da variação cambial e ao frete dolarizado. (Foto: Divulgação/Livoltek)

“A empresa viu que teve sucesso no Brasil ao produzir medidores e avaliou por que não solar? Foi feito muito estudo para chegar a essa decisão para verificar se a conta se pagava.  Há vantagens em Manaus por estarmos em uma Zona Franca”, comentou. “A diferença do preço vem ainda da questão do ex-tarifário, inicialmente estimava-se que no padrão seria de 18% o aumento do importado, mas agora com muita alta no que refere ao transporte de contêiner e a variação cambial, isso é um problema, afinal o frete internacional pesa muito no custo final. Já termos o insumo no Brasil sem ter o impacto do frete, nem da mão de obra ou insumos dolarizados, faz com que o custo fique atrativo”, comentou ele.

Varanda disse que a meta é oferecer ao mercado um produto com mesmos preços dos importados do país de origem à medida que as etapas produtivas forem sendo nacionalizadas. Por isso, a localização da fábrica na ZFM foi importante na equação financeira que poderá viabilizar alcançar essa meta.

Ele explica ainda que ter um produto feito para o Brasil e não tropicalizado apenas traz vantagens, pois a empresa pode oferecer um produto específico para as condições brasileiras. Contudo, enquanto os fornecedores locais não são qualificados, os insumos serão chineses e a tendência é de ter o máximo possível de insumos locais. “A nossa missão é de em um período entre 18 a 24 meses alcançar essa nacionalização e assim termos controle da cadeia e não sofrer com o dólar e o frete”, sinalizou o executivo. “Estamos estudando os itens, mas diria que pelo menos 70% dos insumos seriam brasileiros é possível chegar a isso. Mas precisaremos avaliar se a cadeia de abastecimento estarem interessados no fornecimento”, completou.

A Livoltek tem como meta o fornecimento de equipamentos para a geração distribuída porque os maiores parceiros da empresa estão nesse mercado e, por isso, o foco em projetos de GD para fortalecer essas parceiras e depois a expansão para outros nichos. A distribuição dos produtos, disse Varanda, não é um problema para a empresa, pois a Eletra, de medidores, já está presente em Manaus e tem a experiência para contornar eventuais questões de logística como a causada pela seca na Amazônia no ano passado. Ele comenta que por ser um produto de alto valor agregado, dispor de outros meios de distribuição dos equipamentos é viável.

Em Manaus, a nova fábrica ocupa uma área de 18 mil m² e deverão ser criados 600 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos, contribuindo para a expansão do segmento fotovoltaico nacional e latino-americano. O CEO do Hexing Group no Brasil, Rio Cheng, afirmou durante a inauguração da planta que esse investimento demonstra um compromisso de longo prazo da empresa no Brasil. Ele lembrou que a companhia já atua por aqui com fábrica, essa de medidores inteligentes, localizada no Ceará. Ao total , o grupo calcula ter investido algo próximo a R$ 200 milhões desde que chegou no Brasil.

* O repórter viajou a convite da Livoltek Power Brasil