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A Petrobras registrou seu primeiro prejuízo trimestral em quase 4 anos. A petroleira teve perda de R$ 2,6 bilhões, ante o lucro de R$ 28,8 bilhões de um ano antes. No acumulado do ano, a empresa tem lucro de R$ 21 bilhões, redução de 68,5% na comparação com os seis primeiros meses de 2023.

De acordo com a análise de Fernando Melgarejo, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, apresentada no release de resultados, esse prejuízo trimestral deve ser analisado à luz de eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no caixa da empresa. Os principais eventos foram a variação cambial do período – um efeito entre empresas do Sistema Petrobras que não tem efeito caixa e sequer patrimonial – e os impactos da adesão à transação tributária – uma decisão julgada positiva pelo mercado por ter encerrado disputas bilionárias que traziam grande incerteza para o caixa da companhia.

O resultado ebitda ajustado trimestral da companhia alcançou R$ 49,7 bilhões, queda de 12,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o resultado está 15% menor, fechou junho em R$ 109,8 bilhões.

A receita de vendas aumentou no trimestre em 7,4%, mas nos seis meses ficou 5,1% menor. Já as despesas operacionais aumentaram em 69,9% de abril a junho e em 47,8% no semestre, quando comparados aos mesmos intervalos de 2023. A dívida líquida da empresa aumentou para R$ 46,2 bilhões, elevação de 9,4%. Já a alavancagem da estatal alcançou 0,95 vez a relação entre esse volume sobre Ebtida ajustado.

A receita líquida com a venda de energia da empresa ficou em R$ 543 milhões no trimestre nível 28,2% menor do que em 2023 e no semestre é de R$ 1,2 bilhão, 11,5% a menos. Os investimentos no trimestre somaram R$ 3,4 bilhões e no semestre chegaram a R$ 6,4 bilhões.

Em comunicado, a Petrobras informou a revisão da projeção de CAPEX total para um valor entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões. Em E&P está o maior volume com a faixa de US$ 11,1 a US$ 12,1 bilhões.

Segundo a empresa, este patamar de investimentos não impacta a curva de produção de petróleo e gás e representa um aumento de 7% a 15% em comparação ao CAPEX total da companhia realizado no ano de 2023.

Dividendos
A estatal informou ainda que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos intercalares e intermediários e juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 13,57 bilhões, equivalentes a R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial. Aponta que essa medida está alinhada à política vigente. O valor refere-se a 45% do fluxo de caixa livre.

No semestre a fórmula retorna um total de pagamento de proventos de R$ 27 bilhões. Como está em um patamar superior ao resultado acumulado disponível do semestre de R$ 20,6 bilhões, a empresa utilizará R$ 6,4 bilhões da reserva de remuneração do capital. O saldo remanescente será de R$ 15,5 bilhões nesta reserva.

Os dividendos e JCP serão pagos em duas parcelas nos meses de novembro e dezembro. A primeira parcela, no valor de R$ 0,52660009 por ação será paga em 21 de novembro de 2024, sendo R$ 0,11384838 sob a forma de dividendos e R$ 0,41275171 sob a forma de juros sobre capital próprio.

A segunda parcela, no valor de R$ 0,52660008 será paga em 20 de dezembro, sob a forma de dividendos.