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O projeto de instalação da primeira planta-piloto de energia eólica offshore do Brasil avançou nesta semana, no Rio Grande do Norte, com uma série de discussões que envolveram a população, empresas e o setor público. O Senai-RN apresentou infraestrutura prevista, estudos envolvidos, objetivos e resultados esperados em Areia Branca, município potiguar a 330 km da capital, Natal, escolhido pela instituição como sede do empreendimento.

De acordo com o diretor do Senai-RN e do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, o projeto é uma oportunidade que nasce para a comunidade local, para os trabalhadores do mar, para o Ibama conhecer as condições do ambiente, para as indústrias fortalecerem seus negócios, e para o Senai poder desenvolver tecnologia e formar pessoas.

No Brasil, o desenvolvimento do setor está em estágio inicial, à espera de regulamentação, mas pesquisas e sinalizações de investimentos ganham cada vez mais corpo. Mello lembrou que ainda não existe no Brasil nenhum aerogerador instalado no mar, porém diz estar ansioso para aprender mais a respeito.

A planta-piloto é um sítio de testes, em condições reais de operação, para futuros aerogeradores que serão implantados no mar do Brasil. O projeto está em fase de licenciamento ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A expectativa do Senai-RN é que a licença saia ainda este ano e que o início da operação ocorra em 2027.

Estudos ambientais para avaliação do Ibama foram entregues em julho, com levantamentos de dados do meio físico da região – o que inclui relevo, clima e oceano – do meio biótico (fauna e flora marinhos) e de aspectos socioeconômicos envolvendo população, paisagem, infraestrutura pública e atividades como a salineira, a pesca industrial, a artesanal e a mariscagem, de Areia Branca e dos municípios de Grossos e Tibau, que estão no entorno.

O projeto do Senai prevê a instalação de dois aerogeradores, com potência somada de 24,5 MW. As máquinas serão implantadas a 4,5 km de distância do Porto-Ilha de Areia Branca, a uma profundidade de 7 a 8 metros no mar.

A região é considerada rasa e, segundo estudos desenvolvidos pelo ISI-ER, está distante de recifes de coral e das tradicionais zonas de pesca. O sistema de implantação da usina se baseia em um modelo criado na Espanha, pela Esteyco, que possibilita a montagem total das torres em terra e que elas sejam então levadas até o destino, no mar, com o apoio de rebocadores – ou seja, sem a necessidade de grandes estruturas de navios, atualmente escassas e caras no mundo. As máquinas são então posicionadas no fundo, sem perfuração.

O projeto prevê a instalação da planta a 20km da costa – nas proximidades do Porto-Ilha, onde o Senai-RN realiza medições do recurso eólico há mais de dois anos, o maior tempo registrado no Brasil. A expectativa, com a planta, é analisar o desempenho dos equipamentos de geração de energia eólica offshore em condições do mar equatorial brasileiro. Segurança e função, desempenho de potência, cargas mecânicas, ruídos, suporte e afundamento de tensão, além de qualidade da energia poderão ser avaliados na área, mas não só isso.

De acordo com o projeto, a energia gerada pelos aerogeradores vai abastecer o Porto-Ilha de Areia Branca, com a ajuda de cabos submarinos que irão transportá-la até uma subestação no terminal. Entre os objetivos com a conexão estão a substituição de combustíveis fósseis na operação do porto e a consequente redução das emissões de gases do efeito estufa.