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Representantes da Eletrobras, Fortescue, e outras empresas detalharam em um seminário na Câmara dos Deputados os avanços e intenção com seus projetos envolvendo hidrogênio verde no país. A Eletrobras, que em 2025 será 100% renovável, quer tanto suprir a demanda para produção do vetor energético como participar de sua produção. “Nosso foco é substituir o gás natural da indústria, sobretudo siderúrgica, por hidrogênio, além de amônia para mobilidade pesada e produção de fertilizantes e metanol”, destacou o engenheiro da Eletrobras Furnas, Alexandre Castro, durante apresentação na última terça-feira, 13 de agosto.

Ele lembrou que a empresa possui um dos primeiros projetos pilotos realizados no país e que serve de subsídios aos técnicos e engenheiros em outros projetos, inclusive com certificação da CCEE. E que além dos memorandos de entendimento com Piauí, Ceará, Maranhão e outros estados, apresentou novos projetos na última chamada estratégica da Aneel, no intuito de melhorar a acurácia dos modelos e informações.

Já o Country Manager da Fortescue no Brasil, Luis Viga, destacou que o projeto mais avançado da empresa no Brasil é de 2,3 GW no Porto do Pecém, dividido em duas fases. O potencial de investimento é de R$ 20 bilhões e a decisão final para o aporte é no ano que vem. A expectativa, se tudo der certo, é para 5 mil empregos no pico da obra, que deve acontecer num terreno de 100 hectares. “Talvez a Europa seja o primeiro vetor de demanda, o que é bom para instalar os mega hubs e baratear o preço para a indústria nacional”, apontou.

Quarta maior mineradora de ferro do mundo, Viga ressaltou que a multinacional australiana deve ser a primeira a descarbonizar seus escopos 1 e 2 por meio do aço verde, num investimento de mais de R$ 30 bilhões para um valor de produto diferenciado no futuro. “O H2 é vetor não só energético, mas para diversas indústrias e será competitivo onde tiver as melhores condições para produção como o Brasil”, complementa, salientando um diferencial da companhia por imprimir uma visão holística em suas operações por ter uma atuação em 100 países no mundo.

Terraplanagem para planta de H2V da Fortescue no Complexo do Pecém deve começar até o final deste ano (Governo do Ceará)

Por sua vez, a Casa dos Ventos informou que está com uma iniciativa para usina de 1,2 GW no Porto do Pecém (CE), com capacidade de fornecer 900 toneladas de amônia para exportação num primeiro momento. E a Green Energy Park, de origem holandesa e atuação em diversos países na Europa, ousa com um projeto de 10,8 GW no Piauí, sendo 1,8 GW na etapa inicial. “Escolhemos o Piauí pelo diferencial logístico e por não ter terremotos como no Chile, o que aumentaria o Capex do empreendimento”, detalhou o diretor de Projetos da empresa no Brasil, Dener Miranda.

Marcos e prioridades

Convidado para o seminário, o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, destacou que a questão do H2 no Brasil passa três marcos temporais: a disseminação de plantas piloto em todas as regiões do Brasil até 2025, viabilizar os primeiros grandes projetos em escala de GW até 2030 e depois partir para formação dos hubs, aglutinando grandes demandas e ofertas, assim como assimilar outros combustíveis de baixo carbono.

Barral também citou três prioridades imediatas: multiplicar em 7x os investimentos em pesquisa e inovação em hidrogênio, fundamental para reduzir custos, citando como exemplo a chamada estratégica da Aneel; a aprovação do marco legal na semana passada, além da ampliação das fontes de financiamento, com a inclusão do H2 no rol do Fundo Clima, além de captações importantes no Ministério da Fazenda.

“Não é uma corrida de 100 metros, mas que precisa de fundamentos sólidos, inclusive no sistema de transmissão”, completa, afirmando que o MME tem trabalhado para liberar pedidos de ligação na rede de transmissão para projetos de grande escala, além de planejar para setembro um workshop para esse novo paradigma a partir da inserção do H2 renovável. Ele destacou que algumas Portarias foram publicadas como uma etapa inicial para que os empreendedores que querem conexão de geração procurem o Operador Nacional do Sistema para obter o Parecer de Acesso e futuramente a contratação.

Ainda de acordo com secretário, a pasta começará uma parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já no próximo mês para discutir as premissas do planejamento da transmissão. “São dilemas complexos porque são muitas as variáveis, então precisamos sentar e discutir essas premissas para podermos avançar com esses estudos”, conclui Barral.