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No intuito de melhorar o convívio entre árvores e a rede elétrica, assim como elevar os índices de qualidade na entrega da energia, a CPFL Energia tem investido pelo menos R$ 20 milhões anuais para o manejo dos vegetais em idade avançada ou que podem ocasionar impactos a operação das quatro distribuidoras do grupo. A iniciativa acontece por meio de parcerias com mais de 155 municípios e previsão de substituição de 15 mil árvores por ano, num aporte que acontece sem reconhecimento tarifário pela Aneel.

“Está muito claro que o manejo é mais barato do que ter que enfrentar uma crise que vai acontecer em todas as distribuidoras do país”, avaliou o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da empresa, Rodolfo Sirol, durante o 6º Seminário da Funcoge, realizado nessa quinta-feira, 15 de agosto, na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico, no Rio de Janeiro.

Segundo o executivo, o projeto prevê a troca de um vegetal por três ou mais mudas para serem plantadas em locais mais adequados, podendo chegar a até 25 mudas em algumas localidades. O aporte anual mencionado é um novo volume atualizado do programa iniciado em 2016 pela companhia, e que até o ano passado somava R$ 50 milhões em recursos aplicados.

“Todas essas árvores que estamos suprimindo, quem indica é a gestão de ativos que identifica indicadores com uso de inteligência artificial sobre os conjuntos elétricos”, comenta Sirol em entrevista à Agência CanalEnergia após sua participação no evento. Ele reforça que entre as concessões da empresa, o Rio Grande do Sul possui muito mais vegetação, mas é onde também existem mais parcerias junto ao poder público. “No estado de São Paulo estamos num estágio ainda mais inicial e todos os processos, mas a gente tem visto algumas parcerias avançando mais”, complementa.

Queda de galhos e árvores sobre a rede elétrica é uma das principais causas para cortes no fornecimento em temporais, podendo chegar a 80% dos casos (RGE Sul)

Para o diretor, o maior desafio para uma distribuidora num evento climático é remover primeiro as árvores e tudo que quebrou para reconstrução. O que passa por uma coordenação que vai extrapolar o setor elétrico, como a que aconteceu na maior tragédia gaúcha, quando 97% da subsidiária Rio Grande Energia (RGE) foi afetada pelas chuvas e inundações. “Foram 500 mil pontos desligados, cerca de 2 milhões de pessoas afetadas, além das dificuldades logística e de materiais”, lembra o especialista, citando ainda mais de sete subestações submersas.

Em 2023, ele ressalta que a RGE contabilizou pelo menos 13 tempestades com impactos na rede de distribuição. Os municípios de Lajeado e Mussum sofreram diversos eventos nos últimos nove meses. “De maio pra cá foram quatro vezes que colapsou tudo”, conta Sirol, referindo-se às duas cidades gaúchas. Além da crise no RS, o diretor lembrou também de um caso em novembro do ano passado na região de Sorocaba, afetando sete cidades. E que a realidade do aquecimento global influi também na seca que vem provocando queimadas em algumas regiões do país. Só em 2021, a CPFL Paulista registrou mais de 5.500 focos de incêndio em sua concessão.

Automação da rede

Questionado sobre o nível de automação de suas redes, Sirol salientou diversas subestações e um sistema formado por self-healings, afirmando que a companhia aplicou mais de R$ 500 milhões em religadores automáticos nos últimos cinco anos. “Somos o grupo que mais tem implantado religadores até hoje, tendo um benchmarking para esse processo nos indicadores da Aneel”, relata Rodolfo Sirol.

Já na medição inteligente, o executivo destaca que todo o grupo A da CPFL é monitorado por esse tipo de equipamento, que carece ainda de uma melhor regulação para reconhecimento tarifário, assim como o consenso sobre a obsolescência que é bem diferente dos medidores tradicionais, de seis ou sete anos, para o fator de depreciação a ser utilizado pela regulação. “Para o grupo B estamos preparados, só precisamos ser econômicos para isso”, conclui.