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Com a entrada em operação do campo associado de Wahoo, localizado no Espírito Santo, a produção de gás natural da Prio deve saltar de 400 mil m³/dia para 1 milhão m³/dia. O aumento expressivo no volume fez com que a petroleira criasse uma comercializadora para negociar o energético no mercado livre do gás. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o gerente de trading e shipping, Gustavo Hooper, conta que a Prio está montando uma estratégia que garanta o fluxo contínuo da produção sem afetar a de óleo. De acordo com ele, não há preferência por nenhum tipo de segmento e contratos para suprir usinas termelétricas não estão descartados. Ele conta que tem conversado com vários agentes, como indústrias, distribuidoras e comercializadoras de gás para construir o portfólio.

“Tem que ter um portfólio que garanta que esse gás vai estar sempre escoando, é um mix de volume firme e flexível. Ao longo de 2025 certamente esse portfólio vai ser amadurecido”, explica. Wahoo é o primeiro projeto não maduro da Prio e deve demandar investimentos de mais de R$ 4 bilhões. O tie back, estrutura que faz a conexão entre a operações, terá 35 quilômetros, será o maior do Brasil.

Com o marco aprovado durante a pandemia, o novo mercado do gás do Brasil completou três anos em 2024. O executivo da Prio vê esse mercado com otimismo e cita o empenho dos agentes para que ele cresça. Mas destaca que apesar dos nítidos avanços – como o aumento do número de empresas de transporte – passos ainda devem ser dados, como melhora da liquidez e aumento de instrumentos eletrônicos.

Ele também salienta a vontade da companhia de participar do crescimento desse mercado. “A nossa visão é realmente não esperar as coisas acontecerem e ficar de espectador. Achamos que isso é responsabilidade dos agentes, é construir e amadurecer nesse mercado”, comenta.

Maquete do Tie Back de 35 km de Wahoo, da Prio (Foto: Divulgação Prio)

O maior desafio da Prio é conseguir a licença para Wahoo, que viabilizaria a constituição do portfólio de gás. O Ibama já aprovou o relatório de impacto ambiental do campo. Após a liberação para a operação, a estimativa é de seis a oito meses para as primeiras cargas.

Hooper coloca a escala de produção do gás de Wahoo como diferencial para a comercialização do energético. Somando com as reservas de Frade e Albacora, haverá uma quantidade tal que permitirá a Prio operar sua carteira de forma criativa. “Por mais que seja um gás associado que tenha pouca previsibilidade de produção, sempre tem uma parcela que tenho certeza que vai ser entregue “, avisa.

Outro diferencial salientado por ele é o acesso às duas principais malhas de transporte de gás, TAG e NTS, através da unidade de Cabiúnas. Com isso, será possível acessar os mercados do Nordeste e do Centro-Sul. “Já nascemos agora em 2024 podendo arbitrar os dois macro mercados”, pontua.

O campo de Wahoo também trará um grande impacto econômico para o Espírito Santo, estado que assim como o Rio de Janeiro, tem forte presença na indústria do óleo e gás. Apenas a fase de estruturação já demandou R$ 1 bilhão em investimentos e gerou centenas de empregos.